
Ângela Leal e Eduardo Barata
A maior festa do teatro brasileiro chega à sua 18ª e ininterrupta edição de forma mais que espetacular. Além das homenagens a Chico Buarque e ao Teatro Rival, a cerimônia do Prêmio APTR, no dia 1º de julho, marca a reinauguração de um dos tesouros da nossa cidade: o Teatro Carlos Gomes, que acaba de passar por uma reforma que o manteve fechado desde 2019. Criada em 2003, a Associação dos Produtores de Teatro completa 21 anos de construções e desconstruções. Neste período, o Brasil e o mundo, assim como as formas de produção cultural e artística, passaram por diversas metamorfoses. E não para por aí.
Há muitos motivos para comemorar: mais de 90 artistas concorrem às 17 categorias da premiação e também vamos celebrar a existência de grandes expoentes da cultura e dos palcos brasileiros. A cerimônia será comandada pelos atores Deborah Evelyn, Amaury Lorenzo e Luísa Arraes, e também contará com a participação especial dos grupos Oz Crias e Corpo em Movimento. O Secretário Municipal de Cultura, Marcelo Calero, e o Prefeito do Rio, Eduardo Paes, descerrarão, no palco, ao lado da atriz Renata Sorrah, a placa de reinauguração do teatro, que existe há 152 anos. Para abrilhantar ainda mais a noite, os icônicos artistas Ney Latorraca, Joana Fomm e Amir Haddad vão subir ao palco para entregar os troféus das categorias Ator em Papel Principal, Atriz em Papel Principal e Direção.
“O Prêmio APTR é muito mais uma celebração do que uma disputa: tem o objetivo de ser um grande encontro da classe que viabiliza o fazer teatral. E a APTR está chegando aos 21 anos e foi responsável por uma importante mudança no nosso setor. Desde que nos organizamos como um órgão, passamos a elucidar qual é a função do produtor artístico — um idealizador, empreendedor e realizador —, batalhamos pelo desenvolvimento e a ampliação das leis de incentivo, criamos o Teatro para Todos, que trouxe inclusão, por meio de preços populares, foram muitas lutas. Nesses 18 anos, o Prêmio APTR foi o único que nunca parou, nem mesmo durante a pandemia, isso é um diferencial. E este ano contamos ainda com a devolução de um grande teatro para a nossa cidade, que é o Carlos Gomes”, conta o presidente da APTR e diretor da cerimônia, Eduardo Barata.
Entre os homenageados desta grande noite estão Chico Buarque — dramaturgo, cantor, escritor, compositor fora da curva —, e o Teatro Rival, dois imensos ícones dos palcos brasileiros. O primeiro acabou de completar 80 anos, no último dia 19 de junho, e assina obras que marcaram as artes cênicas como “Roda Viva”, “Calabar”, “Gota D’água”, “Ópera do Malandro” e “Os Saltimbancos”. Músicas antológicas destas montagens serão revividas no palco por um elenco de atrizes-cantoras consagradas, uma das surpresas da noite. Homenageá-lo na 18ª edição do Prêmio APTR é uma oportunidade de agradecer por todas as obras-primas que esse artista produziu para o Brasil.
Já o Teatro Rival tem uma estrada um pouco maior: está completando 90 anos de resistência, luta e diversidade. Inaugurado em 1934 com a peça “Amor…” de Oduvaldo Viana, o palco da casa sempre foi um espaço pela luta e resistência da cultura acima de qualquer ameaça. Uma história que enfrentou a ditadura, diversos planos econômicos fracassados e a pandemia. De Grande Otelo e Dercy Gonçalves a Angela Ro Ro e Zélia Duncan, passando por Zeca Pagodinho e Divina Valéria, o Rival permaneceu como espaço democrático e grande referência da vanguarda carioca.
As 17 categorias do prêmio são: especial e Troféu Marília Pêra (escolhidos pela Comissão do Prêmio), a de produção (votada pelos associados da APTR), jovem talento – Troféu Manoela Pinto Guimarães, infantil, direção de movimento, música, iluminação, figurino, cenografia, ator em papel coadjuvante, atriz em papel coadjuvante, ator em papel protagonista, atriz em papel protagonista, dramaturgia, direção e espetáculo.
Nessa 18ª edição do Prêmio APTR também queremos agradecer ao nosso corpo de jurados que se despede, formado por Tânia Brandão, Lionel Fischer, Daniel Schenker, Wagner Corrêa, Macksen Luiz, Carmem Luz e Beatriz Radunsky – eles assistiram aos espetáculos indicados neste prêmio — e damos as boas-vindas aos novos membros: a crítica e repórter de O Correio da Manhã, Claudia Chaves; o renomado fotógrafo e cronista de O Globo, Leo Aversa; a jornalista e supervisora criativa, Fátima Sá; a atriz e fundadora da Companhia Atores de Laura, Susanna Kruger; a fonoaudióloga e Professora Titular das disciplinas de Voz da Escola de Teatro da UNIRIO, Jane Celeste, e Luiz Antonio Pilar, ator, produtor e diretor que foi indicado ao Emmy Internacional em 2005 pela direção da novela “Sinhá Moça”, formam o novo corpo de jurados do Prêmio APTR.
Bem-vindo também o corpo de jurados da nova categoria infanto-juvenil, formado pela atriz, apresentadora e colunista da Vogue Luana Xavier, por Manoel Friques, professor do programa de pós-graduação Artes da Cena da UFRJ, e o jornalista João Santana, desde o ano passado vem assistindo às produções infanto-juvenis e vai eleger o espetáculo de maior impacto artístico.
A Comissão da APTR é constituída por Bianca De Felippes, Celso Lemos, Márcia Dias, Norma Thiré, Marta Paret e Eduardo Barata, que assina o roteiro da premiação com os jornalistas Fábio Dobbs e Guilherme Scarpa.
Concorrem as peças que tiverem completado 12 apresentações na cidade do Rio de Janeiro. Os indicados ao Prêmio APTR deste ano são:
DRAMATURGIA
Gustavo Gasparani (Julius Caesar – Vidas Paralelas)
Marcos Damasceno (A Aforista)
Maurício Arruda de Mendonça (Brás Cubas)
Rafael Souza Ribeiro (Cerca Viva)
Vinícius Calderoni (Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo )
DIREÇÃO
Ana Teixeira e Stephane Brodt (Furacão)
Denise Stutz e Duda Rios (Azira’I)
Gustavo Gasparani (Julius Caesar – Vidas Paralelas)
Marcos Damasceno (A Aforista)
Paulo de Moraes (Brás Cubas)
CENOGRAFIA
Ana Teixeira e Stephane Brodt (Furacão)
Carla Berri e Paulo de Moraes (Brás Cubas)
Fábio Ferreira (Restos na Escuridão – Engenharia Reversa)
Natália Lana (Como Posso Não Ser Montgomery Clift?)
Nello Marrese (Kafka e a Boneca Viajante)
FIGURINO
Danny Vidal e Ney Madeira (Beetlejuice)
João Pimenta (Kafka e a Boneca Viajante)
Karen Brusttolin (A Aforista)
Luiza Marcier (Restos na Escuridão – Engenharia Reversa)
Wanderley Gomes (Admirável Sertão de Zé Ramalho)
ILUMINAÇÃO
Ana Luzia de Simoni (Azira’I)
Beto Bruel (A Aforista)
Elisa Tandeta (Diário de Um Louco)
Renato Machado (Furacão)
Vilmar Olos (Como Posso Não Ser Montgomery Clift?)
ATOR EM PAPEL PROTAGONISTA
Cleyton Nascimento (Macacos)
Eduardo Sterblitch (Beetlejuice)
Gustavo Gasparani (Como Posso Não Ser Montgomery Clift?)
Gustavo Damasceno (Uma Outra Revolução dos Bichos)
Milhem Cortaz (Diário de Um Louco)
ATRIZ EM PAPEL PROTAGONISTA
Ana Beatriz Nogueira (Sra. Klein)
Alessandra Maestrini (Kafka e a Boneca Viajante)
Carolina Virgüez (Restos na Escuridão – Engenharia Reversa)
Rosana Stavis (A Aforista)
Sirlea Aleixo (Furacão)
ATOR EM PAPEL COADJUVANTE
André Dias (Kafka e a Boneca Viajante)
Felipe Frazão (Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo)
Isio Guelman (Julius Caesar)
Tiago Herz (Admirável Sertão de Zé Ramalho)
Xando Graça (Gente de Bem)
ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE
Beth Goulart (Cerimônia do Adeus)
Carol Garcia (Kafka e a Boneca Viajante)
Karen Coelho (O Menino É o Pai do Homem)
Tati Aleixo (Furacão)
Verônica Bonfim (Na Palma da Mão)
MÚSICA
Beto Lemos e Alfredo Del Penho (Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo)
Chico César (Viva o Povo Brasileiro)
Elton Towersey (Se Essa Lua Fosse Minha)
Gilson Fukushima (A Aforista)
Stephane Brodt (Furacão)
DIREÇÃO DE MOVIMENTO
Marcia Rubin (Kafka e a Boneca Viajante)
Paulo Mantuano (Restos na Escuridão – Engenharia Reversa)
Paula Águas e Tonny Rodrigues (A Hora do Boi)
Renato Vieira (Noel Rosa – Coisa Nossa)
Suely Guerra (Beetlejuice)
ESPETÁCULO
A Aforista
Azira’I
Brás Cubas
Furacão
Restos na Escuridão – Engenharia Reversa
JOVEM TALENTO
Danilo Maia (Latitude dos Cavalos)
Elenco e equipe criativa de “Se Essa Lua Fosse Minha”
Lorena Lima (Brás Cubas)
Mattilla (Los Hermanos – Musical Pré-Fabricado) Zahy Tentehar – Azira ‘I
INFANTIL
Azul
Diário de Pilar na Amazônia
Louise/ Os Ursos
Meus 2 Pais
Tem Fogo na Mata
TROFÉU MARÍLIA PÊRA (escolhido pela comissão do Prêmio APTR)
Teatro Rival – 90 anos de História
ESPECIAL – espetáculos que se destacaram pelo ineditismo, ousadia, comunicação e reflexão (escolhido pela comissão do Prêmio APTR)
King Kong Fran
Meu Corpo Está Aqui
Sentença de Vida
Zaratustra: Uma Transvaloração dos Valores
*PRODUÇÃO (selecionada pelos associados da APTR)
Beetlejuice (Artnic e Touché Entretenimento)
Kafka e a Boneca Viajante (Sevenx Produções Artísticas e Temas Eventos Culturais)
Jovem Frankenstein (Aventura e Moeller & Botelho)
Los Hermanos – Musical Pré-Fabricado (Sapo Produções e Plano Criativa)
Museu Nacional – Todas as Vozes do Fogo (Sarau Cultura Brasileira)
Fotos Cristina Granato