
Marcella Granatieri lança no dia 15 de maio, a partir das 18h, no Espaço Multifoco, no centro do Rio, o livro “Memórias do Atlântico: Romances Contemporâneos do Brasil e em África do Sul”. A expressão ‘cruzar um oceano’ reflete a ideia de que é preciso fazer um grande esforço para superar a distância que diferencia e afasta pessoas, lugares e até mesmo sentimentos. Mas ao completar seu projeto de doutorado, que está sendo lançado no livro “Memórias do Atlântico: Romances Contemporâneos do Brasil e em África do Sul”, editora Multifoco, a pesquisadora Marcella Granatiere concluiu que os quase 6,5 mil quilômetros que separam os dois continentes não são obstáculos às identificações e entrelaçamentos naturais que ligam a História e provocam sentimentos comuns nos dois países. E o veículo que conduziu essa viagem e ajuda a erguer mais uma ponte entre esses dois lados do Atlântico foi a literatura, a partir de um profundo mergulho em quatro romances contemporâneos escritos por mulheres. Os livros brasileiros são Por Cima do Mar (2018), da artista plástica e escritora Deborah Dornellas, e Água de Barrela (2018), da jornalista e escritora Eliana Alves Cruz. Em ambos, Marcella investiga a experiência do sistema escravista no Brasil Monárquico (1822-1889) e seus espectros no pós abolição do Brasil República (1889-1959) para compreender a nossa contemporaneidade. Já do outro lado do oceano, as escolhas recaíram em The House Gun (1998), da escritora e militante política Nadine Gordimer, e Spilt Milk (2010), da escritora e médica Kopano Matlwa, que discutem temas caros à história da Africa do Sul, como o futuro presentificado do pós apartheid e as sombras do antigo regime que permanecem ainda sem cicatrizar. E nas idas e vindas por esses dois países, Marcella descobriu que cruzar um oceano, mais do que discutir um passado repleto de tragédias paralelas, propõe pensar o desafio de ambas as sociedades em direção ao futuro.