
Vista por mais de 500 mil pessoas entre Rio de Janeiro, São Paulo e mais de 22 cidades brasileiras, a comédia romântica “Doidas e Santas” se consagrou como um dos espetáculos de maior sucesso da cena teatral carioca, e agora em 2024, entra em sua turnê comemorativa de 10 anos. A estreia aconteceu nesta sexta-feira, 5, no Teatro Prio e reuniu muitos artistas. A temporada carioca vai até 8 de agosto.
“Doidas e Santas” é um projeto teatral idealizado por Cissa Guimarães com texto de Regiana Antonini e direção de Ernesto Piccolo. O texto é livremente inspirado no livro homônimo de Martha Medeiros e conta a história de Beatriz (Cissa Guimarães), uma psicanalista em crise no casamento. Seu marido (Giuseppe Oristanio) é turrão e machista, e não tolera a ideia da separação. Completando o elenco, temos a tríade de personagens que simbolizam “as mulheres da vida” de Beatriz (irmã, mãe e filha) vividas pela atriz Josie Antello.
O público experimenta alegrias, desilusões, anseios da vida urbana, o prazer cotidiano, as relações amorosas e o poder transformador da coragem e do afeto. Cissa sempre desejou levar à cena um trabalho que expressasse as inquietações da mulher moderna. Quando completou 50 anos decidiu dividir com o público os dilemas e as dificuldades para equilibrar vida conjugal, maternidade, realização profissional e pressão estética. O livro de Martha Medeiros é uma coletânea de crônicas independentes que serviu de base para Regiana Antonini construir uma trama bem-humorada com um toque de histórias pessoais da dramaturga. A trajetória desta mulher moderna cria uma identificação imediata com o público. Através dela o público vira cúmplice e confidente dos anseios, desejos, dúvidas e amores de Beatriz. A direção de Ernesto Piccolo trabalha conceitos como a quebra da quarta parede inserindo o público no espetáculo. A plateia participa de cada um dos dilemas e sofre junto com Beatriz. O conceito de iluminação utiliza-se das cores como elemento marcante nas transições de emoção durante o espetáculo. O cenário de Sérgio Marimba ambienta uma casa na qual as mudanças de objetos cênicos que acontecem durante a peça refletem no arco dramático de cada personagem.
Fotos Reginaldo Teixeira