
Flavio Marinho , Carlos Jardim e Wilson Cunha
A estreia do filme “Maria – Ninguém sabe quem sou eu”, de Carlos Jardim, reuniu muita gente famosa na noite desta terça-feira, 30, no Espaço Itaú de Cinema, em Botafogo.
São 57 anos de carreira, 76 de idade, muitos filmes, inúmeros discos e shows, uma quantidade incalculável de entrevistas. E mesmo assim, a impressão é de que conhecemos muito pouco Maria Bethânia. O jornalista e roteirista Carlos Jardim partiu desse ponto de vista para dirigir e fazer o roteiro de “Maria – Ninguém sabe quem sou eu”, que chega aos cinemas no dia 1º. de setembro. E quem desvenda essa personalidade única no cenário cultural brasileiro é a própria cantora: só Bethânia fala sobre Bethânia no longa, num depoimento inédito e exclusivo gravado no teatro do Hotel Copacabana Palace. Entre as falas, imagens raras garimpadas nos arquivos da TV Globo e da TV Bahia, afiliada da Globo, como ensaios do show antológico que Bethânia e Chico Buarque fizeram em 1975, e do espetáculo que a cantora e o irmão Caetano Veloso realizaram em 1978. Há ainda registros de “A hora da estrela”, de 1984, baseado na obra de Clarice Lispector. Ao longo de 100 minutos, Bethânia fala sobre assuntos importantes na sua trajetória, como a paixão pelo palco, a força de sua presença em cena, fé e religiosidade, a ligação de amor com a mãe (“que privilégio ser filha de minha mãe, Dona Canô”) e o pai, Seu Zezinho (“Um trabalhador brasileiro, funcionário público honrado. Apaixonado por poesia!”) e o irmão Caetano Veloso (“Caetano é mestre do meu barco desde que eu nasci. Ele me ensinou a andar, a dar os passos”). A cantora fala ainda sobre a importância da literatura em seus trabalhos e sobre três escritores que admira e fazem parte de seu repertório: Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Mia Couto. E, claro, aparece declamando textos destes três mestres. Confira como foi a noite nas fotos de Cristina Granato.