
Marieta Severo, Silvia Buarque, Helena Buarque, Liege Monteiro e Luisa Buarque
A pré-estreia de “Miúcha, a Voz da Bossa Nova”, documentário dirigido por Liliane Mutti e Daniel Zarvos, movimentou o Cine Odeon (CCLSR) na noite de quarta-feira, 12. Viam-se na plateia nomes como Luísa, Helena e Silvia Buarque de Hollanda, além de Chico Brown, neto de Chico Buarque de Hollanda.
Em ritmo de road movie, entre Nova York, Paris, Cidade do México e Rio de Janeiro, o filme, que faz parte da programação do Festival do Rio, costura imagens revelando os percalços de ser uma mulher latino-americana no showbiz internacional. Em sua jornada, Miúcha convive com os chamados “grandes homens”: é mulher de João Gilberto, pupila de Vinícius de Moraes, irmã de Chico Buarque, companheira de Tom Jobim, a voz que acompanha o sax de Stan Getz, intérprete ao lado de Pablo Milanés.
“Ela tava viva quando a gente começou a fazer o filme, então… Ela foi vendo, a gente foi conversando, ela participou muito!”, diz Daniel Zarvos.
Liliane Mutti, que, além de diretora, é roteirista da obra, revela que “Miúcha é uma anti-musa, não por uma questão estética, mas por uma questão de comportamento, ela realmente rompeu com vários costumes e ela foi de encontro a vários padrões e, assim, ela fez desse lugar na Bossa Nova, na história da música popular brasileira, muito mais desconstruído e muito menos bibelô porque… não as mulheres queriam se colocar nesse lugar, mas durante muito tempo elas foram empurradas para esse lugar”.
Já para a cantora Joyce Moreno “Ela foi uma voz escondida na Bossa Nova.” E completa: “Na verdade, as pessoas pouco sabem… Tem disco até que saiu que ela cantou que não tem crédito, não tem o nome dela no disco. Isso é um negócio incrível, mas, ao mesmo tempo, por causa disso talvez, mesmo, ela tinha uma vida incrível, então ela pode viver essa vida incrível em paz, sem ninguém ficar enchendo o saco dela por ela ser famosa demais”.
Fotos Eny Miranda