
A despeito de semelhanças físicas, as demais são um fato realmente a parte, curioso. Eles desenham desde os quatro anos dividindo o mesmo papel. Não fosse apenas isso, nunca brigam e tem as mesmas ideias. Literalmente. Um inicia um desenho e o outro segue a ideia. Na infância a inspiração vem das séries e desenhos animados de TV. Entre tantas afinidades, a sintonia sempre os acompanhou. Certa vez, por volta de oito anos, foram separados de classe por estarem sempre com papéis e desenhos. No entanto, quando se encontram tinham feito o mesmo desenho e ao mesmo tempo. O mote era um desenho sobre festa junina, possível de ser apreciado na exposição, na ala ‘Retrospectiva’. Ou seja, os professores desistiram da ideia. Ponto para arte. A inexplicável sintonia segue o virtuoso talento que abrigam.
Otávio e Gustavo Pandolfo descobriram juntos o amor pelo desenho assim como a intenção viver de arte. Decidiram deixar pra trás a vida de bancários e encarar os desafios.
Outras influências apareceram como o movimento musical hip hop que presenciavam na porta de casa, em Cambuci, São Paulo. De porta em porta oferecendo seus trabalhos, faziam tirinhas para jornal, desenhos publicitários, murais e o que mais surgisse. Seguiram buscando referências, já que grafite, naquela época, ainda não era considerado arte e não os registros eram pouquíssimos. Descobertos por um grafiteiro americano expandiram seus horizontes internacionalmente. Ganharam o mundo. Exposições em países como Itália, Grécia, Alemanha, Japão, Inglaterra fazem parte da bem sucedida trajetória da dupla. Traços finos, riqueza de detalhes e a predominância da cor amarela são traços facilmente reconhecidas no trabalho dos gêmeos que atravessam décadas de reconhecimento e sucesso de público e critica. Segundo eles “a nossa arte é uma forma de comunhão, de amor. Procuramos fazer a transição da grande questão da vida onde vivemos e para onde vamos. Pela nossa arte temos uma conexão com o espiritual”.
Essa trajetória pode ser apreciada no Centro Cultural Branco do Brasil, em uma linda exposição, dividida por etapas da trajetória da dupla, muito bem estruturada com ricos detalhes que favorecem a apreciação do público e confirmam o titulo, ou seja, o público poderá conferir in loco os segredos que permeiam os traços e a performance e a genialidade de Otávio e Gustavo.
Um respiro de arte que nos faz não só perceber o belo, mas ter a certeza que desafios transpõem obstáculos, e que a arte realmente move montanhas.
CCBB: Rua Primeiro de Março, 66/ Centro – RJ
Segunda a Domingo de 9h às 20h. (Exceto às terças-feiras)
Entrada Franca
Dias Gomes em Festa
Para celebrar os 100 anos do romancista, contista e teatrólogo Dias Gomes, a Academia Brasileira de Letras receberá a Camerata Dias Gomes nesta quarta-feira, 19 de outubro, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr.
O evento é uma iniciativa do projeto Musica no Museu, o programa será composto por músicas e compositores que Dias Gomes apreciava, entre eles obras de Mozart, Villa Lobos e Vivaldi um pout pourri a intitulado Suíte Teatral dedicado a temas marcantes das novelas do autor, com arranjos de Álvaro Carrielo.
O ator Tony Ramos estará presente a celebração onde lerá um trecho da peça “O pagador de promessas”, famosa obra de Dias Gomes.
O evento acontece na Academia Brasileira de Letras, no Teatro R. Magalhães Jr, com entrada franca.
Local: Teatro R. Magalhães Jr.
Endereço: Rua Presidente Wilson 203
Entrada Franca