
Essa semana a minha convidada é a médica Maria Raris, especialista em prevenção, nascida e criada na Barra da Tijuca, no Rio, e com 16 anos de experiência profissional. Ela começa nosso bate-papo dizendo que “Medicina não está na minha vida somente naquelas horas de trabalho, está em mim em todo o momento, mesmo quando estou nas horas de lazer. Observo os indivíduos, seus sinais e sintomas, ouço suas queixas, e vivo fazendo diagnósticos”. Para ela o laço entre o médico e o paciente vai além de um vínculo profissional, “nos tornamos confidentes, amigos, entramos na vida dessas pessoas em momentos de fragilidade, independente de ser de felicidade ou de tristeza”.
JP – Você sempre quis ser médica?
Passei a infância inteira sonhando em ser veterinária, porém, na adolescência decidi prestar vestibular para Medicina. Até que fui aprovada na Universidade Gama Filho, onde fiquei por seis anos estudando com muita dedicação. Por amar tudo relacionado à profissão, fiz especialização em Clínica Médica na Santa Casa de Misericórdia do Rio, lugar onde me sentia em casa, já que havia cursado a maioria das aulas práticas por lá.
JP – Como foi a experiência na Santa Casa?
Trabalhei em diversos departamentos como Emergências, CTIs e Ambulatórios.
JP – Em 2010, você se casou-se e deixou o país. Como foi essa mudança?
Sim, casei em 2010 e dois anos depois, mudamos para San Diena, na Califórnia. Nos Estados Unidos fiz inúmeros cursos, aprendi inglês e me adaptei ao estilo americano de vida.
Em 2016, nasceu meu primeiro e único filho, Rocco. Logo após sua chegada ao mundo, fui aceita no Mestrado em Ciências Forenses, da National University, na Califórnia, que completei com excelência em 2019.
JP – E como foi sua volta ao Brasil?
No ano seguinte, me divorciei e voltei ao Brasil, onde vivo até hoje. Lecionei aulas de clínica médica e Fisiopatologia, chefiei uma enfermaria de Covid-19 durante a pandemia, e atualmente trabalho em ambulatórios de clínica médica, e consultório particular.
JP – Você é realizada e sente orgulho de sua profissão?
Tenho muito orgulho da minha profissão, independente do retorno financeiro. Ser médica me motiva a viver! Ouvir um agradecimento de um paciente ou familiar, realmente muda o meu dia. Lidar cotidianamente com as enfermidades, às vezes, me causa muito medo de, de repente, estar do outro lado. Sei e mais do que isso, entendo que o envelhecimento faz parte da história natural das pessoas e por isso, mais do que nunca, busco reduzir as minhas limitações causadas pelo avanço da idade para assim melhorar também a qualidade de vida do meu filho no futuro, e de todos que estão ao meu redor.

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