
É preciso sempre tomar cuidado para pensar com a cabeça certa, caso contrário começam a surgir problemas.
Nesta última semana de março muitos assuntos tomaram conta do noticiário: a volta do Bolsonaro, Arcabouço Fiscal e o escambau, mas eu quero falar de um assunto centenário, mas que retorna às manchetes vez ou outra:- o tamanho dos órgãos sexuais das estátuas, como o David de Michelangelo, por exemplo. Veja só: a estátua do Séc. XVI tem 5 metros de altura, pesa nem sei quantas toneladas de mármore magistralmente esculpidos pelo gênio de Michelangelo, com músculos bem torneados de um homem robusto e viril, (embora a posição das pernas revele certa sensibilidade…), mas com um peruzinho de 200 gramas. Uma coisica tímida, especialmente para um camarada tão gigante quanto o famoso David.
E o caso dele não é único. Esculpir o corpo de estátuas masculinas com pênis pequenininho era algo comum lá nos antigamentes. A cultura da época parecia considerar que pênis pequeno indicava alguém com mais bom senso, mais inteligente e sábio. Alguém que, digamos assim, pensava com a cabeça correta. O que nos leva a concluir que pênis maiores poderiam indicar alguém com características contrárias, ou até alguém que pensa com a cabeça errada. Como os deuses bárbaros, por exemplo. Estes exibiam falos enormes, ultrapassando as medidas do bom senso.
O falo, o pênis, sempre teve participação importante na cultura de determinados povos.
A mais recente novidade – veja que curiosa coincidência! – vem justamente do Peru, nosso país vizinho. Na cidade de Moche, província de Trujillo, foi inaugurada em 2022 uma estátua de 3 metros de altura dona de um falo enorme. A estátua virou imediatamente ponto turístico. E, apesar de curioso, em muitos casos não há conotação erótica, embora em outros lugares, sim.
No Butão, considerado um dos países mais felizes do mundo, o pênis é sagrado. Há lá um Templo chamado Chimi Lakanghag, construído em 1496, antes do descobrimento do Brasil. O Templo venera a fertilidade e ainda está lá, firme e forte. Dizem os nativos que a lenda está relacionada ao yogi Drupka Kunley, do século 15, que era conhecido como um louco divino por trazer “métodos sexuais de iluminação” e por isso era chamado de o “santo das 5 mil mulheres” Não há, no Butão, nenhum constrangimento em relação às imagens do falo que, aliás, são exibidas em abundância, seja nas portas das casas, seja nas publicidades ou em qualquer lugar. Com o perdão da frase infeliz, no Butão o falo está na boca do povo.
Apenas para citar mais um exemplo, vamos até Kawasaki, no Japão. Parece que antes de produzir suas famosas motocicletas, a cidade celebra, há mais de 150 anos, o Festival do Falo de Aço, que coloca mais de 10 mil pessoas nas ruas carregando falos enormes, sejam eles de pelúcia, de chocolate ou o que for. O importante é desfilar pelas ruas venerando os pênis. Parece que o templo foi construído para proteger as prostitutas das doenças venéreas e, desde então, a tradição permanece.
A verdade, turma, é que, sejam enormes ou mínimos, os falos andam por aí, perdendo a cabeça e fazendo história.
Quando eu falo, ninguém acredita.