Um bate-papo rápido com o especialista em Segurança e Turismo, Douglas Andrade. Ele foi o primeiro colocado no curso de formação de oficiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e recém formado foi direcionado para o Turismo. A convite dos professores Bayard Boiteux e Maurício Werner, formou-se em bacharel em Turismo e foi um dos fundadores dos projetos Operação Lei Seca, Operação Barreira Fiscal e Operação Segurança Presente.
JP – Como foi sua participação da operação Lagoa Presente?
O desafio foi encarar o local como propósito Divino, pois me recuperava de um acidente na Lagoa Rodrigo de Freitas. Em dois meses comecei a andar sem muletas e iniciar uma renovação da mente na equipe massificando abordagens com interação intencional. O segundo passo foi convencer ambulantes, funcionários de comércios e prédios, além do morador, a passar informações pelo grupo de WhatsApp para que pudéssemos abordar pessoas em atividades consideradas suspeitas e oferecer ajuda, orientação. Com essa dinâmica, os índices caíram e zeraram por 1 ano e 6 meses, mudando a minha visão. Passei enxergar que a Ordem e servir ao próximo promovem segurança, mas acima de tudo, eliminam o medo porque servir é gesto de amor. Com o ambiente em ordem, passei a buscar conexão com o Trade de Turismo e passamos a frequentar reuniões no Conselho de Segurança e treinar nossa equipe no Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas.
Essa experiência mostrou que conexão é o segredo, incluindo valorização do Policial Militar.
JP – Qual é o seu ponto de vista hoje em relação a segurança do turista no Rio de janeiro?
A segurança em si, temos mais que em muitos destinos. Vejo que devemos avançar mais na conexão com os meios de comunicação, pois temos como característica valorizar (dar publicidade e se vangloriar do mal, da violência) e não sei como explicar. Quando um carioca está conversando com outras pessoas parece um orgulho falar da violência e criminalidade e o pior é que muitas vezes, quem fala, não foi vítima ou teve experiência real. Outros estados possuem mais violência e criminalidade de rua que o RJ, mas não é divulgado.
No ponto de segurança pública, creio que uma reformulação no método e na mente sejam necessários. Realizar um Ordenamento, em seu sentido mais amplo, nas áreas de interesse turístico e a presença de agentes servidores com missão, visão e propósito para agirem proativamente e preventivamente.
JP – Você atua na segurança privada?
Sim, realizo treinamentos e assessoria, pois acredito e oriento ao privado ajudar o serviço público e não querer ser servido apenas. Promovo integração e ajuda mútua, pois em áreas que há segurança privada, a segurança pública só será acionada para problema fora da competência daquela, gerando mais oportunidade do Gestor Público atender outras áreas. Isso é uma relação onde todos ganham. Na Operação Lagoa Presente, utilizei muito agentes privados para vigiarem locais e assim desloquei o efetivo para outros. Não foi mágica o resultado, foi trabalho e alocação de recursos. O Segurança de uma loja, rua, condomínio pode ajudar muito a segurança pública e testei com êxito, virando assim a Assessoria Segurança 4.0.
JP – Pretende se candidatar a cargo político?
Tenho um chamado Divino para servir meu povo e já faço isso. Tenho convites e oro a respeito. Sei que me candidatando ou não, servirei ao Rio com amor e alegria de viver esse propósito.
JP – Já participou de algum trabalho social?
Dentro do Segurança Presente realizamos vários programas sociais. Na igreja, temos creche, clínica de recuperação e já realizei com o conselho tutelar uma ação para penas alternativas de jovens. Hoje, atendemos casais e jovens, mas não vemos como projeto social, mas como contribuição para estrutura social.
JP – Como está o projeto segurança 4.0 em Maricá? Fale um pouco dele.
O Segurança 4.0 Maricá foi contratado pela CDL, onde prestamos assessoria na questão da segurança pública, privada e turística. Realizamos pesquisas, visitas e o seminário. A cada edição de Celebrar Maricá, realizamos esse projeto para que a prefeitura, associação de classes e cidadão possam interagir e debater assuntos que levantamos. Dentro desse contexto, conseguiremos propor ações. Com as duas edições realizadas, temos propostas para elaborar e já deixamos essa disponibilidade no seminário. A próxima edição será focada nessas propostas, ficando disponível para todos a opção de execução. Nossa equipe propõe o treinamento de agentes públicos e privados com uma nova visão sobre segurança e ações concretas, afinal, não mudamos as coisas com discursos.
JP – Algumas dicas fundamentais para segurança ao turista, vindo de um especialista como você ?
Posso resumir com a palavra Conexão, que é a base para o Segurança 4.0, mas deixo aqui algumas:
– Infraestrutura e Informações (pontos mais reclamados em pesquisas), pois a Ordem combate o medo.
– Desincentivar a “valorização” e exposição de ocorrências.
– Agentes capacitados sobre a vocação do RJ.
– Conexão entre prestadores de serviço públicos e privados com foco na segurança e prevenção de delitos.
Exemplo: Postos de informações turísticas com agentes treinados em segurança e prevenção, conectados com agentes de segurança pública, rede privada e cidadãos para promover o turismo, a segurança, o RJ.
JP – Qual a sua função na Associação dos Embaixadores de |Turismo do Rio de Janeiro?
Hoje estou como Diretor de Segurança Turística e buscamos apoiar os órgãos públicos, bem como dar nossa opinião e sugestão.
JP – Uma frase marcante em sua vida?
Amarás seu Deus de todo coração e ao próximo como a si mesmo.