
O Conselho de Moda
O Rio de Janeiro dá um novo impulso à sua vocação e lança o Conselho Municipal da Moda, com a apresentação sobre Economia do setor, Cultura, criatividade e história.
Com parceiras, a prefeitura criou esse Conselho para a reativação da moda no Rio, com representantes da Fecomércio (Cintia Figueira), Firjan (Cristiane Alves), Casa Civil (Eduardo Cavalieri) e a Investrio. Além desses, o Conselho Municipal de Moda tem como participantes, os estilistas Carlos Tufvesson, Alessa Migani, Isabela Capeto, Lenny Niemeyer, Marta Macedo (grife Martu), Oskar Metsavaht (Osklen), Thomas Azulay e Patrick Doering (grife The Paradise).
O primeiro objetivo deste Conselho é destacar a importância da moda como DNA da cidade e organizar uma semana de desfiles. Acredito que ele possa estimular o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do mercado. O prefeito Eduardo Paes quer o evento maior que a semana São Paulo Fashion Week. Ele lembrou que “se a moda gera empregos e se paga os impostos, tem mais é que ter lucro”.
Para Carlos Tufvesson, presidente do Conselho, é preciso reconhecer a importância do setor e pensar na viabilização dos eventos em formatos para unir a moda com a cultura em exibições integradas.
A moda é um elemento representativo das mudanças vividas em cada época. Lembremos que a cidade do rio de Janeiro, no final do século XIX era conhecida como a capital “vitrine” da moda no Brasil, o que, no Império, expressava um status, com lojas luxuosas na Avenida Central (hoje Avenida Rio Branco). E mesmo depois de a capital ir para Brasília, o Rio de Janeiro continuou se reinventado tanto da moda, como nas artes e na música, chamando a atenção para a Cidade Maravilhosa.
Mas o “Rio Maravilha” não ficou imune às crises econômicas e sociais que o afastou de continuar a ser o protagonista, mas nem por isso, deixou a moda de lado.
Nos meus mais de 40 anos de jornalista de moda, acompanhei muitos eventos desde a década de 1970, quando cheguei no Rio, como o Moda Rio, o Rio Ideia (organizado pela Câmara da Moda, em 1991) e a importância dos lançamentos de coleções de grifes cariocas em shows-rooms. E as semanas de moda aconteceram com grande repercussão nacional a partir do final dos anos 1990 (Semana BarraShopping). O evento ganhou força e se tornou o Fashion Rio (2002 a 2014) e Fashion Business, com o poder de ter sido o veículo cultural da cidade para divulgar sua imagem e gerar negócios.
Outros eventos como o Babilônia Moda Hype, o Circuito Carioca de Moda, o VesteRio, além de Feiras e Bazares têm movimentado a economia da cidade com pequenos produtores mostrando o seu design. E nem só de vendas a moda no Rio continua aquecida, como vemos em eventos que inspiram e procuram parcerias para divulgar os valores da sustentabilidade na indústria, como o Rio Ethical Fashion.
O Conselho de Moda é muito bem-vindo e terá parceiros incríveis para a elaboração dos projetos. Conhecendo a capacidade, o talento e a vontade da cidade, com certeza, a moda e seus profissionais vão se unir à ideia de resgatar a importância do setor.
Lembro uma fala de uma entrevista que fiz com a atual conselheira, Alessa Migani, em 2015, exatamente sobre o término do Fashion Rio. Ela afirmou: ‘Repensar o Fashion Rio não é diminuir, é crescer’.
Hoje estamos repensando a Moda Carioca.
Foto João Felipe Toledo/divulgação