
É muito comum encontrar o termo Quiet Luxury em redes sociais como o TikTok. Em tradução livre do inglês, o conceito significa “luxo discreto”. Ou seja: usar peças de roupa de marcas de luxo, mas sem deixar isso aparente por logotipos, por exemplo.
O termo é uma alusão ao minimalismo observado principalmente na década de 90, baseado em peças básicas de alta qualidade. E com a série Succession, da HBO, que conta a história de uma família milionária que usa roupas de marcas caras, mas que são sóbrias e sofisticadas, o conceito ficou em alta nas redes sociais recentemente. E será que isso fica restrito somente ao universo da moda? Não! Também tem se aplicado às tendências de cabelo, make, unhas e ainda cuidados com a pele, em termos de procedimentos estéticos! No mundo da beleza, podemos observar a tendência cada vez maior de procedimentos realizados com todo um cuidado especial, trazendo resultados sutis, a fim de valorizar a beleza individual de cada paciente, quando se fala em reduzir os sinais do tempo. Nada de transformar o rosto do paciente, por exemplo – que temos visto muito no universo dos famosos, na contramão dos exageros. Há pacientes que têm buscado um “efeito reverso” de algo que ficou over, em função de um resultado exagerado pós-procedimento. Conversamos sobre o assunto com a dermatologista Carla Marchioro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e também com o dermatologista Igor Manhães, da clínica Les Peaux, sobre o assunto.Dermatologista Carla Marchioro:
JP –Quais são os principais tratamentos estéticos onde pode ser observado esse conceito de Quiet Luxury, deixando um resultado sutil?
Podemos destacar os procedimentos menos invasivos: lasers para melhorar qualidade da pele e manchas; ultrassom microfocado para efeito lifting leve; os bioestimuladores com efeito na flacidez; biorremodeladores teciduais, que renovam a pele com efeito glow, antes nunca visto; Toxina botulínica, com efeito mais natural sem congelar a expressão; e preenchedores somente para realçar alguma qualidade, sem efeito volumizador.
JP –Isso vale para tratamentos faciais e corporais?
Sim, a tendência vista nos pacientes é tentar retomar alguma qualidade ou mantê-la, sem efeito artificial. Nos tratamentos corporais, o próprio paciente já vem priorizando tratamentos de gordura e flacidez com injetáveis, ao invés de lipoaspiração e abdominoplastia. Todo já tem aversão a cicatrizes, que entregam cirurgias prévias e a famosa “barriga de lipo”.
JP –Após um procedimento mal sucedido, onde houve um exagero, algo que vai contra esse conceito de “menos é mais”, quais são as principais queixas dos pacientes e em após quais procedimentos?
Sem dúvida, o principal é o efeito exagerado, quando se adota o termo harmonização facial. O uso indiscriminado de grandes volumes de ácido hialurônico não valoriza características de cada um e acaba padronizando todos os adeptos, não harmonizando. Já se estabeleceu um preconceito ao preenchimento no nicho Quiet Luxury: ninguém quer ter aquele bocão, grandes bochechas e mandíbulas masculinizadas, em exagero.
JP –É possível fazer uma manutenção destes tratamentos em casa, em termos de uma rotina de skincare diária, aplicando esse conceito minimalista, com produtos básicos, sem um arsenal de ativos?
O principal intuito dos tratamentos domésticos é manter uma boa qualidade de pele, sem manchas ou poros. Hoje em dia é difícil se aceitar aquele conceito de 10 steps do skincare. Seja por tempo, paciência ou será que realmente faz sentido?
Então priorizamos um investimento em produtos com maior qualidade em menos etapas. Muitas vezes criamos fórmulas específicas para cada paciente, manipulando as concentrações adequadas para cada resultado que queremos e de acordo com as necessidades de cada um.
Grande fã de Succession que sou, posso opinar. ótima representação do Quiet Luxury da moda, mas convenhamos, Logan Roy merecia um melhor cuidado com a pele, não acham?