
O Dia Mundial da Alfabetização, celebrado pela primeira vez em 8 de setembro de 1967, foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com o objetivo de destacar a importância social da alfabetização. Para a educadora parental Cristina Martinez “a melhor forma das crianças se alfabetizarem é através de métodos que incluem a brincadeira”.
“O brincar já deve ser parte da relação entre pais e filhos ainda bebês. Além de estimular o desenvolvimento cognitivo é uma forma dos responsáveis criarem memórias e momentos de afetividade com os filhos”, diz Cristina Martinez.
A especialista em medicina comportamental pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e coordenadora editorial do livro “O Mundo da Criança – Como ajudá-las a solucionarem seus próprios problemas e entenderem suas emoções”, explica que a estratégia do brincar na alfabetização gera um ambiente lúdico e mais propício para a aprendizagem, tendo em vista que a brincadeira desenvolve habilidades essenciais para a leitura e a escrita, favorecendo assim a segurança e autoestima da criança de maneira leve, agradável e divertida.
“Encoraje a leitura em casa, fornecendo livros apropriados para a idade e lendo com as crianças regularmente. Jogos que envolvam palavras e letras podem ser divertidos e eficazes para a alfabetização. Use atividades práticas, como escrever cartas ou fazer listas de compras, para aplicar as habilidades de leitura e escrita no dia a dia”, afirma.
De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), na pandemia crianças perderam habilidades básicas da aritmética e alfabetização. O estudo revela que, em vários estados brasileiros, cerca de três em cada quatro crianças do segundo ano estão fora dos padrões de leitura. O número está acima da média dos indicadores do período anterior à pandemia, quando os dados apontavam uma em cada duas crianças nesta situação.
“Se uma criança estiver com dificuldades significativas, considere a ajuda de um tutor ou terapeuta de alfabetização. A pandemia trouxe desafios, mas a paciência e o apoio constante são essenciais. Lembre-se de que a alfabetização é uma jornada, e cada criança avança em seu próprio ritmo. O envolvimento ativo dos pais e a colaboração com os professores desempenham um papel crucial no sucesso das crianças na alfabetização”, ressalta Cristina Martinez.
*Dicas de brincadeiras para alfabetização*
Seguem dicas da educadora parental e especialista em medicina comportamental pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Cristina Martinez de brincadeiras que ajudam na alfabetização das crianças.
Caça ao tesouro de letras: Esconda cartas do alfabeto pela casa ou ao ar livre. A criança deve encontrar as letras e dizer seus nomes ou associá-las a palavras que começam com a mesma letra.
Jogos de rimas: Brinque com rimas, criando palavras que rimem e pedindo à criança para encontrar outras palavras que rimem.
Leitura de histórias dramatizadas: Leia histórias e convide a criança a dramatizar/teatro personagens ou eventos, incentivando a compreensão e a criatividade.
Quebra-cabeças de letras e palavras: Use quebra-cabeças que apresentam letras ou palavras para ajudar as crianças a reconhecer e formar palavras.
Escrita criativa: Encoraje a criança a criar histórias com começo, meio e fim ou cartas usando letras e palavras que aprendeu. Isso estimula a escrita e a expressão criativa.
Jogos de correspondência: Use jogos de correspondência onde a criança associa letras maiúsculas e minúsculas, letras a imagens ou palavras a figuras.
Faça adivinhação de palavras – usando dicas sobre palavras que a criança deve adivinhar, promovendo a associação de pistas visuais e sonoras.
“Essas brincadeiras não apenas auxiliam na alfabetização, mas também tornam o processo divertido e envolvente para as crianças, ajudando a criar uma base sólida para suas habilidades de leitura e escrita”, explica a educadora parental Cristina Martinez.
*Cristina Martinez*
Educadora Parental, especialista em medicina comportamental pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diretora e mantenedora da Escola Ver Crescer, autora do livro Best Seller “O Solzinho de Todas as Cores”, coordenadora editorial do livro “O Mundo da Criança”, coordenadora editorial do livro “Disciplina e Afeto”.