
O brasileiro tem em especial a gana de lutar contra as adversidades da vida – e elas não são poucas. Se pensarmos nas Pessoas com Deficiência (PCDs), essa obstinação faz-se mais latente. Quando ela culmina num trabalho artístico, pode ser tão potente quanto arrebatadora. Essas características são comuns em cinco jovens de diferentes regiões do Rio de Janeiro. Em comum, além da vocação artística, está o fato de serem surdos. Eles integram a Cia de Dança SOM e, mais uma vez sob a direção de Clara Kutner, realizam seu terceiro trabalho – o primeiro num teatro. O resultado é Movimento de escuta, que, após bem-sucedidas apresentações no Espaço Cultural Sérgio Porto, fará apresentações, dias 06 e 07 de dezembro, no Instituto Nacional de Educação para Surdos (Ines), em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro. A trupe coordena, na sexta-feira, oficina de criação em dança para alunos da instituição.
Lá se vão cinco anos desde que Clara Kutner, então envolvida com a pesquisa para uma residência artística, chegou ao Instituto Nacional de Educação para Surdos (Ines). Ali, conheceu Alef Felipe, Lucas Guilherme, Luiz Augusto, Thayssa Araújo e Valesca Soares. Essa imersão resultou na instalação “Som, uma coreografia para surdos”, aresentada em 2019 no Oi Futuro. Ela não imaginava que sairia dali uma companhia de dança. E, durante a pandemia, criaram o projeto de video-dança “Já”, com oito episódios.
Serviço:
Apresentações: 06 e 07 de dezembro
Sessões: às 16h e às 18h (quarta) e às 16h (quinta)
Onde: Instituto Nacional de Educação para Surdos (Rua das Laranjeiras, 232, Laranjeiras)
Ingresso: 1kg de alimento não perecível
Classificação: 16 anos