
Pauta comum na cobertura de missões espaciais, o envio de foguetes patrocinados por bilionários tornou-se uma rotina constante. É regular as manchetes destacarem um novo lançamento junto de informações a respeito das intenções por detrás de investimentos obscenos. Em sua grande maioria, o relato é o mesmo. Essas companhias privadas chegam para somar a projetos já em andamento de agências governamentais pelo mundo. Até onde podemos ir no espaço e o quanto isso contribui para diversas pesquisas científicas, quase some no entrelinhas da disputa pessoal entre os donos de tantos negócios pelo mundo. Nada parece genuinamente franco nesse embate de egos e cifras.
Acompanhando o rastro de lançamentos de produções como O Astronauta, O Sinal é mais uma história com as lentes apontadas para as estrelas, que chega à Netflix. A minissérie alemã se aprofunda numa trama bem intencionada em explorar dramas pessoais sob a perspectiva de uma criança surda e de seu pai.
A astronauta Paula (Peri Baumeister) desaparece de forma trágica logo após o seu regresso à Terra. As peças que ajudam a compreender esse mistério e o que ela descobriu lá em cima, estão indiretamente nas mãos de seu marido Sven (Florian David Fitz) e de sua filha Charlie (a encantadora Yuna Bennett). Cabem aos dois, diante das pressões por respostas, tentar entender as pistas deixadas por ela desde antes de sua partida para a Estação Espacial Internacional.
Com uma montagem fragmentada, O Sinal constrói, desde o primeiro dos quatro episódios, um suspense envolvente e cheio de detalhes a se notar com muita atenção, até o fim. Tudo é parte da resposta que Paula entende que o esposo e a filha, juntos, são os únicos capazes de assimilar. Criando expectativas sobre o que está por vir e, como quem financiou uma missão privada entende participar de qualquer descoberta, a produção pavimenta caminho para um recado demasiadamente importante. Antes de aguardar o que será dito de volta, reflita sobre a sua própria mensagem e o que ela representa para você.