Bate-papo com Evelyn Montesano

JP –  Quando começou a despertar em você o interesse de ser atriz?

Sempre fui muito comunicativa, o meu apelido de infância era repórter, pois enquanto as outras crianças não gostavam muito de falar eu contava para todas as mães como tinha sido o dia de cada uma dos filhos delas na escola. Sempre soube que queria trabalhar com comunicação e com o público. Certa vez uma professora de História propôs que fizéssemos uma peça sobre Napoleão Bonaparte onde eu fiz a Josefina, esposa dele, e a partir desse dia tive a certeza do que queria fazer por toda a vida. Aquela experiência de estar no palco, de ser vista, receber os aplausos e toda a atenção após o espetáculo, tudo aquilo me encantou muito. Eu sabia que estava no lugar certo para mim!

JP – Como se deu a sua formação como atriz?

Fiz diversos cursos de teatro e de interpretação para TV. Comecei fazendo peças de teatro amadoras, depois profissionais e só posteriormente fui para a TV.

JP – Quais são as suas principais referências no campo da interpretação?

Dizer o nome de uma atriz internacional ou da Fernanda Montenegro seria óbvio e fácil demais, Fernanda é a maior que temos, impossível não reconhecer isso, mas é muito difícil ver uma atriz, uma mulher, enaltecendo uma outra atriz brasileira da sua própria geração ou mais jovem. Acho que por uma questão de ego ou competição e nós mulheres sempre fomos muito estimuladas a isso, nós aprendemos a não enaltecermos umas às outras, mas eu estou disposta a quebrar esse ciclo. Gosto muito do trabalho da Isis Valverde, da Deborah Secco e da Giovanna Lancellotti. Ambas são muito talentosas em suas artes e se entregam verdadeiramente aos personagens. Excelentes atrizes!

JP – O que é “ser artista” para você?

Ser artista é poder usar a sua arte e a sua voz pelas causas que acredita e poder “tocar” nos sentimentos das pessoas. Causar sensações inerentes ao ser humano, seja para distraí-las, diverti-las, fazer chorar, sorrir, pensar sobre um assunto. Muitas vezes a arte ajuda as pessoas a se conhecerem melhor. Você aprende, através dela, o que te sensibiliza e te provoca reações ou não. A arte é essencial à vida, assim como a vida é essencial para a arte. Durante a pandemia, nos longos dias em casa vimos isso claramente. Era na arte e na cultura que muitas pessoas buscavam um consolo, uma fuga daquele pesadelo todo. Assistir a uma série, ver um filme, ler um livro, tudo isso era reconfortante, foi no que muitos de nós nos apegamos, o que nos mantinha sãos e o que fez muita gente não enlouquecesse dentro de casa naquele momento. Para quem tinha alguma dúvida da importância da arte, ali, naquele período, ficou bem claro!

JP – Como se deu o seu ingresso na televisão?

Fiz várias peças de teatro amadoras e através delas consegui o meu registro profissional provisório de atriz, depois disso fiz várias peças profissionais e só posteriormente consegui o meu primeiro trabalho como atriz na televisão, na série de humor “Open Bar”, do Multishow.  Tudo na minha carreira foi passo a passo, foi acontecendo aos poucos e isso é ótimo, pois faz você dar valor às conquistas e evita deslumbramentos, que são muito comuns no meio.

JP – O que você prefere: teatro ou televisão? Ou os dois espaços? Justifique.

O teatro é essencial para a formação do ator, é onde você realmente aprende a atuar. Eu costumo brincar dizendo que quem tem coragem de subir em um palco e falar, por vários dias, na frente de uma plateia com um monte de desconhecidos te julgando faz qualquer coisa. Não existe dúvida nenhuma de que é no teatro que você se torna um ator de verdade. Mas a TV atinge mais gente, uma pequena participação na TV aberta ou no streaming atinge milhões de pessoas. Então eu diria que ambos os espaços são essenciais, o teatro para a formação e a prática do ator e a TV pela grande exposição e visibilidade que ela dá ao seu trabalho. Como o que todo ator quer é ser visto e ter o seu trabalho difundido para o grande público, repercutido, comentado, é impossível negar a importância da televisão para o ator. A gente conta nos dedos quem consegue fazer sucesso no Brasil sem ter passado pela TV e pelo audiovisual nos tempos atuais.

JP – Quais são os(as) autores(as) que você tem como preferidos?

Gosto muito do trabalho da Glória Perez, do Aguinaldo Silva, Daniel Ortiz, Alessandra Poggi, Rosane Svartman, Alessandro Marson, Thereza Falcão e António Barreira. Todos muito talentosos e capazes de fazerem histórias para nos prender do início ao fim.

JP – Além de atriz, você também é uma influenciadora digital. Poderia comentar sobre essa sua área de atuação?

Foi algo que surgiu durante a pandemia de COVID. Amigas empresárias que tinham ficado com suas lojas físicas fechadas durante meses, assim que puderam reabri-las, me procuraram querendo que eu as ajudasse estimulando as suas vendas através da divulgação das marcas nas minhas redes sociais, já que tenho muitas pessoas que me acompanham e a grande maioria são mulheres. Comecei então a fazer fotos com as roupas e a mostrar os produtos nas minhas redes juntamente com o @ de cada uma das lojas e, resumindo, deu super certo, elas retomaram as vendas, ficaram felizes com o resultado e eu ganhei mais uma profissão. A partir daí eu não parei mais!

JP – Quais são os seus projetos futuros? E, para finalizar, deixe uma mensagem para os seus seguidores.

Tenho muitos objetivos, seja como atriz ou como influenciadora, mas costumo evitar falar sobre eles antes que concretizem. Foi algo que aprendi a duras penas. Porém, posso dizer que novidades estão vindo por aí, em ambas as áreas.
Gostaria de mandar um grande abraço e o meu muito obrigada a todo mundo que gosta e que acompanha o meu trabalho. Nenhum artista é nada sem o seu público.
E se você está me conhecendo agora, através dessa matéria, te convido a me fazer uma visita no Instagram
https://www.instagram.com/evelynmontesano/ e acompanhar o meu trabalho por lá também.