
Essa semana fui conversar com a atriz Hana kolodny, que está fazendo maior sucesso com a peça “Lotte Zweig: A Mulher Silenciada”. Nascida em Porto Alegre, se dedica à carreira de atriz desde os 15 anos, dança ballet clássico e jazz lírico. Ao longo da carreira, protagonizou curtas e longas metragens, como “O Sangue do Vampiro”, “Eu, Amanhã”, “Elas Não Têm Passado”, “Atratus”, “Quantum” e peças de teatro e musicais como “Mary Poppins – Broadway”. Em nosso papo, ela não esconde a admiração que tem por Carlos Vereza e fala sobre o universo do humor. Confira!
JP – Olá Hana! Você é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O que você mais curte em Porto Alegre? Qual é o diferencial da cidade?
Eu amo minha cidade natal e a cultura gaúcha. Porto Alegre tem uma energia única, é difícil descrever. Você sente no ar a mudança das estações, a mudança do clima. É o céu mais bonito que já vi, de um azul turquesa e temos o pôr do sol único. Consegue-se ver diversas constelações. É uma cidade que inspira, que transmuta as energias, é romântica.
JP – Quando você começou a se interessar pelas artes cênicas?
Meu interesse pela arte foi estimulado desde a infância. Minha mãe era bailarina e me colocou no ballet clássico quando eu tinha 4 anos de idade, quando fiz minha primeira apresentação. Assistia muitos filmes, decorava as falas, fazia a família toda me assistir. Isso não se aquietou dentro de mim, o que me fez procurar me profissionalizar mais adiante.
JP – Como se deu o seu processo de formação como atriz?
Com 15 anos de idade foi quando fiz meu primeiro curso de teatro, depois estudei palhaçaria e teatro musical. Mais tarde, busquei a formação nas técnicas do audiovisual. Participei, roteirizei, dirigi e produzi alguns longa, curta metragens e uma webserie, tudo no Sul. Com a mudança para o Rio de Janeiro continuei pesquisando, inclusive máscaras balinesas. Não parei de estudar, a formação nunca acaba, é um processo que acompanha a vida.
JP – Como tem sido a experiência de atuar no teatro ao lado do consagrado Carlos Vereza?
Trabalhar com o Vereza é um presente, ele é um gênio e sempre confiou muito em mim, isso é imprescindível. Temos muita sintonia, é especial quando o diretor também é ator, é um trabalho com muita compreensão e profundidade. Nos entendemos muito bem e ele me passa além de segurança, muita sabedoria.
JP – Você já protagonizou diversos curtas e longas metragens no cinema. Onde você prefere mais atuar: cinema ou teatro. Justifique.
Eu amo gravar, o frenesi do set, tudo. É muito difícil escolher, porque são linguagens diferentes que eu tenho muito apreço. Mas, o teatro nunca te abandona, e é um templo muito querido por mim, e como a vida, cada sessão é diferente, única e especial.
JP – Quais são as suas principais referências no teatro e na televisão?
No teatro e televisão nacional admiro muito, claro, o Carlos Vereza. Mas, também, tenho muito carinho por quem eu assisti pela primeira vez quando era criança, lá em Porto Alegre, Heloísa Perissé e Ingrid Guimarães em “Cócegas”. Foram as atrizes que me inspiraram na carreira da comédia dramática. Também admiro muito Fernanda Torres, Renata Sorrah, Marieta Severo, Andrea Beltrão, Clarice Niskier, Ilana Kaplan, Mônica Martelli, o querido Paulo Gustavo. São muitos artistas que me tocaram profundamente desde sempre.
JP – Você também tem interesse na linha humorística. Como tem se dado a sua atuação nessa área?
Tenho uma websérie de humor que escrevi ainda por gravar, vou esperar o momento certo. Aqui no Rio de Janeiro me joguei na cena da comédia, tenho um número de stand up que apresentei semanalmente em clubes por toda cidade, além dos espetáculos de improviso, inclusive em inglês. Me apresentei no teatro com um monólogo de comédia dramática adaptado por mim chamado “Connie”, que teve uma repercussão muito positiva com o público. Eu amo humor, o humor inteligente, por mais clichê que seja, é uma resistência e eu acredito fortemente que até Deus é um comediante.
Quero continuar trabalhando muito, aprendendo. A peça “Lotte Zweig: A Mulher Silenciada” é uma prova de como, através da arte, podemos tocar profundamente as pessoas, fazer elas pensarem por outro ângulo, estimular a união. Sinto que cumpro meu dever quando as pessoas vem falar comigo depois da peça dizendo que saíram diferentes do teatro, que se tornaram indivíduos melhores, que esse é o tipo de arte que querem ver. É uma responsabilidade que agarrei com toda devoção. Eu espero que continuem acompanhando meu trabalho, pois eu faço com todo meu amor e quem assiste sente isso na alma, assim como eu.