Meu entrevistado é  o exímio chef italiano, residente no Brasil,  Rudy Bovo. Em nosso delicioso bate-papo, o chef fala de sua formação gastronômica,  do amor dos brasileiros pela culinária italiana, de suas criações na cozinha e muito mais. Se delicie!
JP –  Como se deu sua formação em gastronomia ?
Eu venho de um lar que gosta do ramo de gastronomia. Em Veneza, tivemos restaurante, bar, e não só os meus pais, mas quase toda a minha família. Então, eu fui influenciado a entrar também nesse ramo. Eles nunca me ditaram isso, mas eu sempre gostei desde criança.JP – O que o levou a escolher o Rio para morar?
Em 2014, no ano da Copa, eu estava trabalhando na Itália. Conheceram o meu trabalho e eu recebi o convite para fazer uma experiência aqui no Rio de Janeiro. Era uma experiência de 6 (seis) meses a um ano. Passaram-se quase 10 (dez) anos e meio e ainda estou aqui! É uma cidade maravilhosa como todo mundo fala, e, há mais de 10 (dez) anos eu sou um cidadão do Rio!JP – Quais são os grandes diferenciais do Nido onde comanda a cozinha ?
É um restaurante de gastronomia italiana clássica. Tem alguns pratos da comida italiana contemporânea, mas estamos no clássico, em específico voltado para a região do norte da Itália, onde tem um clima de temperaturas mais baixas, um pouco mais “pesadas” se comparadas com as comidas do sul da Itália que tem as referências de azeite, tomates, frutos do mar. A cozinha do norte é mais voltada para o risoto, polenta, e assados.JP – O brasileiro é um apaixonado pela cozinha italiana ?
O brasileiro é apaixonado pela cozinha italiana e, além de apaixonado entende muito. Competente e muito informado. Por isso, aqui no restaurante a nossa proposta é de uma experiência de cozinha italiana sem nenhuma influência. O brasileiro conhece muito bem as massas, os molhos e conhece como são feitos os pratos clássicos.JP – Como define a cozinha italiana ?
A cozinha italiana se define como é. Costumo dizer que é como a cozinha mediterrânea, por causa de presenças marcantes como azeites, tomates, sabores frescos, das ervas, do alecrim, do manjericão. Isso faz a comida italiana: ingredientes muito frescos e muito leves. Essa é a combinação da culinária italiana e da dieta mediterrânea.JP – A cozinha italiana evoluiu nos últimos tempos ?
A cozinha italiana como todas. A cozinha está sempre em evolução. Nunca para. Sempre saem pratos novos, novas experiências. Aqui no Nido, a nossa cozinha é mais voltada para o clássico, então temos os pratos autorais da culinária italiana. É dos risotos, assados, as carnes, as massas recheadas, lasanhas e nhoques. Mas a cozinha está em sempre em evolução.

JP – Quais são suas grandes criações no âmbito da cucina italiana ?
Tem uns pratos autorais aqui no Nido, por exemplo, a cotoletta alla milanese, ossobuco alla milanese, nas massas, o bucatini all amatriciana, que são mais clássicos, o spaghetti cacio e pepe ou o spaghetti alla gricia. E depois temos uma variedade de massas caseiras feitas aqui. Ravioli com recheio de queijo tallegio e figos. Fizemos outro que é um prato, que inclusive sai muito aqui no Nido, nunca sai do cardápio, que é o ravioli com cacau na massa, é recheado de cogumelo, trufa e vem com molho de mascarpone  e parma. Temos o pente de cordeiro, vem com uma crosta de ervas em cima, acompanhado com risoto de limão siciliano. E, para o final do jantar, eu fiz uma combinação para “brincar”, que é a sobremesa Regina. Ela é um diferencial de final de refeição e, na realidade, virou quase um Marco da casa, leva muita alegria para as mesas.

JP – Como se sente em ser Embaixador do Turismo do RJ ?
Primeiramente foi uma grande surpresa, já que sou estrangeiro. Foi uma coisa que me deu muito orgulho, ser embaixador do Turismo de uma cidade tão importante como o Rio de Janeiro. Isso significa que o meu trabalho foi reconhecido.

JP – Na sua opinião, o que o brasileiro mais aprecia na cozinha italiana ?
Os brasileiros apreciam os sabores marcantes dos azeites, dos queijos pecorino e parmigiano reggiano, a delicadeza da burrata, todas as massas e o risottos!

JP – Como são os bastidores de uma cozinha de um chef ?
Tem que ter a sorte de ter bons cozinheiros. O nosso dia começa cedo e acaba tarde. Eu tenho uma equipe aqui no Rio que me acompanha desde o começo da minha chegada. Que acompanha todo o meu trabalho, me sustenta. Na verdade, são eles que  são o suporte do chef, porque o chef é só um organizador de vários pessoas que depois dá  origem a novos pratos e atendimentos ao nosso restaurante.