
Após temporadas de sucesso em Belo Horizonte e São Paulo, chega ao Rio de Janeiro o solo “Leão Rosário”, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) entre os dias 3 e 28 de julho de 2024. As apresentações acontecem de quarta a sábado às 19h e aos domingos às 18h.
O espetáculo é um solo para ator, vozes e objetos inspirado em “Rei Lear”, obra prima da maturidade de Shakespeare na tradução de Millôr Fernandes, e em Arthur Bispo do Rosário, artista visual que construiu suas obras trilhando os caminhos da arte e da loucura, sendo reconhecido nacional e internacionalmente.
A trama, trazida para a ancestralidade africana e ambientada na costa Atlântica de uma África atemporal, conta a história de um velho rei que, ao abdicar e dividir seu vasto reino entre as filhas, toma uma decisão insensata que leva a consequências trágicas.
“Rei Lear” reflete, entre outros aspectos, sobre o envelhecimento. Ao ser associada à personalidade de Bispo do Rosário, a peça propõe uma reflexão sobre as questões dos mais velhos na nossa sociedade, a nossa memória africana, as heranças simbólicas, a criatividade e principalmente os limites da sanidade.
O trabalho comemora os 50 anos de carreira do ator, diretor, escritor, roteirista e produtor Adyr Assumpção, que estreou nos palcos no papel de Puck, personagem de “Sonho de um Noite de Verão”, de William Shakespeare (1564-1616).
Desta vez, Assumpção retoma às próprias origens ao encenar “Leão Rosário”: “Ao longo de toda a minha carreira flertei muito com a obra de Shakespeare. Então, é muito representativo para mim celebrar 50 anos de atuação com uma obra que teve como inspiração um de seus textos mais emblemáticos. O espírito shakespeariano está presente, ao lado de diversas outras referências importantes para a minha trajetória como artista”, revela.
E, para dirigi-lo em cena, ele convidou Eduardo Moreira, fundador do Grupo Galpão. “O encontro com Adyr a partir de sua adaptação de Shakespeare trazida para a ancestralidade africana foi um presente e um chamado, uma espécie de dádiva que o teatro nos dá e que nos permite mergulhar num universo tão vasto e profundo”, comenta o diretor.