
JP – Olá Walter! É momento de comemorar! Você está sendo homenageado com a realização da mostra de filmes retrospectiva “Em cima da terra, embaixo do céu – Os cinemas de Walter Lima Jr.” na CAIXA Cultural Rio de Janeiro. No seu ponto de vista, qual é a importância da Mostra?
A importância da mostra é de revelar e compreender um processo de criação ao longo de anos de mudanças e identificar sua integridade junto ao público.. Fico feliz de ter essa oportunidade, de conferir o que realizei com equipes bem estimuladas e igualmente criativas.
JP – Quando você começou a se interessar por cinema?
JP – Como se deu a formação como cineasta?
Vendo e revendo os filmes, buscando referências, descobrindo os clássicos, estudando a linguagem cinematográfica, compreendendo seus significados, escrevendo sobre o que via, tornando-me crítico não como julgador mas como um analista curioso.
JP – Você trabalhou com Glauber Rocha, que o convidou para assumir a assistência de direção no filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, em 1963. Comente sobre a experiencia, e sobre a importância de Glauber Rocha para o cinema brasileiro.
A importância de Glauber Rocha está bem longe de iluminar o que mestres como Murnau, Borzage, Vertov, Eisenstein, Vidor, Flaherty, De Sica, Ford, Capra, Keaton, Stroheim, Dovjenko, Kurosawa ou Welles já haviam iluminado mas é inegável a força do seu entusiasmo e como isto enriqueceu o nosso cinema e o cinema latino-americano em geral.
JP – Defina quais são as características da sua produção cinematográfica.
Não tenho medo de experimentar e gosto de pensar que os filmes que faço chegarão ao espectador sem submetê-los à vulgaridade e ao gosto fácil da bilheteria traiçoeira.
JP – De Menino do Engenho, seu primeiro filme produzido no ano de 1965, até a sua última produção em Através da Sombra, em 2016, quais foram as transformações pelas quais passou o seu “fazer cinematográfico”?
Eu tenho aprendido a fazer melhor.
JP – Você considera que há uma política pública nacional séria e dedicada para a produção cinematográfica no Brasil?
Cultura entre nós é tratada não como um item de primeira necessidade e isto explica de alguma forma o país que temos.
JP – Inocência, e a Ostra e o Vento foram dois filmes de sua autoria que foram sucesso de crítica, e você recebeu prêmios pelas duas produções. Comente sobre a experiencia de ter feito os dois filmes e o retorno de sucesso dos mesmos.
Fiz, como sempre faço, com o coração e muito cuidado. Há quem não goste também, mas a maioria gosta – aqui e fora daqui!