
JP – Quando despertou em você o interesse pela arte de representar?
Aos 14 (quatorze) anos tive a primeira experiência de pisar num palco. Mas somente com 23 (vinte e três) anos é que entrei na universidade nk curso de Teatro da PUC PR. E desde que me formei não parei mais. O teatro é a minha vida.
JP – Como se deu a sua formação como atriz?
Minha formação inicial foi na Faculdade, mas foi na experiência diária de atuar, produzir, de representar tantas personagens, que fui me construindo como essa mulher de teatro.
JP – Quais são as suas referencias teóricas e práticas no campo da representação?
Na faculdade a gente passa por todos os teóricos de teatro, Stanislavski, Brecht, mas é no processo da sala de ensaio, com as discussões, o estudo do texto, do autor, o contexto histórico que foi escrita a obra, quais as influências desta obra, o que ela quer contar, enfim, este mergulho no processo é que dá fundamento para o que é visto na cena. E, no caso da Cia. Stavis-Damaceno, além de tudo isso, a gente trabalha a musicalidade da palavra falada, ou seja, existe um trabalho de partiturização do texto. Aquilo que é visto em cena é o resultado de muito trabalho, de meses de ensaios.
JP – Você é cofundadora da Cia. Stavis-Damaceno. Como se deu a criação da Companhia? Quais foram os demais fundadores? Qual foi o intuito de criar a Companhia?
A Cia. se deu com meu encontro com Marcos Damaceno, justamente em um momento em que eu precisava rever muitas questões que estavam me provocando no momento. A Cia. tem mais de 20 (vinte) anos, e tem como o núcleo principal Marcos Damaceno, como dramaturgo e diretor dos espetáculos da Cia. Stavis-Damaceno; eu, Rosana, atriz; e artistas colaboradores; Beto Bruel na luz; Gilson Fukushima na trilha sonora; Karen Brusttolin no figurino . E em cada obra convidamos outras atrizes e atores.
JP – Quais foram as principais produções cênicas produzidas pela companhia?
Psicose 4h48, de Sarah Kane;
Árvores Abatidas ou para Luis Melo, de Marcos Damaceno;
Artista de Fuga, de Marcos Damaceno;
Homem ao Vento, de Marcos Damaceno, ganhador do Shell de dramaturgia;
A Aforista, de Marcos Damaceno;
JP – Você é uma atriz de teatro. Mas também tem atuado em inúmeras produções audiovisuais. Quais são as diferenças entre atuar no palco de teatro e na tela de cinema?
Realmente o teatro é toda a base pra se compor qualquer personagem em qualquer segmento. No cinema, na TV, você tem um elemento que é a câmera, que é o espectador do outro lado da lente. Então, você conta uma história sempre pra alguém, esteja na plateia ou atrás da lente.
A diferença é a intensidade. A câmera capta tudo mais de perto.
JP – Quais são os requisitos necessários para ser um artista reconhecido e de sucesso?
O sucesso é efêmero. O reconhecimento, sim, é construído por sua dedicação, talento e vocação, e persistência, e muito amor e respeito pelo que se faz. Eu sou uma pessoa de teatro, é a minha profissão, e é onde eu me realizo, como artista, como mulher, como ser social.
JP – Quais são os seus projetos futuros?
Fazer teatro até o fim da minha vida. Agora estamos ensaiando o novo espetáculo da companhia que vai estrear em outubro no CCBB do RJ e depois vai circular por BH, Brasília e SP.