
Foto Thaís Grechi
Idealizada e dirigida por Adassa Martins, a peça “Sal” aborda a decadência das salinas da Região dos Lagos fluminense devido à mecanização dos modos de produção do sal e do mercado imobiliário local.
Há aproximadamente 30 anos, numa salina em processo de desativação nos fundos da casa da artista Adassa Martins, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, ainda era possível brincar entre as quadras de água salgada, subir e descer pequenos montes de sal – e até levar um punhadinho para sua avó cozinhar. Contudo, as salinas já estavam em decadência na região, devido à mecanização dos modos de produção do sal e do mercado imobiliário a pleno vapor na localidade – o que veio se intensificando com o tempo, destituindo uma das práticas econômicas mais marcantes da história do Brasil. Partindo dessas vivências e memórias nasceu “Sal”, espetáculo inédito idealizado e dirigido por Adassa que estreia no dia 15 de agosto, às 20h30, no Mezanino do SESC Copacabana, marcando ainda sua estreia como dramaturga ao lado de Fernando Marques, também interlocutor artístico do projeto.
Tendo no elenco Miwa Yanagizawa, Laura Samy, Tati Villela e a própria Adassa Martins, o espetáculo narra o reencontro inesperado de um velho trabalhador do sal, em sua salina decadente, com seu filho que, ao chegar, também reencontra um grande amigo do passado. O pai é um dos únicos que ainda restam numa comunidade que vive da salina há gerações. Esse encontro traz à tona a antiga relação entre eles, apartada por 10 anos de distância, e a relação com aquele lugar, suas memórias, sua história, e toda a transformação que a região sofreu com o passar dos anos.