Edmilson Nunes apresenta exposição com pinturas inéditas na Real Galeria de Arte Contemporâne

O título da mostra foi inspirado no livro de Jean-Jacques Rousseau com o mesmo nome, escrito entre 1776 e 1778, um misto de ensaio filosófico e diário que retrata dez caminhadas meditativas do autor por bosques e campos. “Peço licença ao filósofo para apresentar um projeto de pinturas que me remete ao imaginário psicológico vivido por ele. Diante de certa angústia e caminhadas diárias, olhando e sentindo a natureza, meus trabalhos foram construídos”, explica o artista.

Nas novas obras, Edmilson deixa de lado os tecidos, bordados, pregos e madeiras, tão frequentes em seus trabalhos anteriores, e cria a partir de recortes de revistas e outras publicações, agrupados sem uma lógica prévia. A tinta sobre o tecido e a escala das imagens, ampliadas de cinco a dez vezes, concluem as pinturas.

Entre os destaques da mostra, uma Frida Kahlo colorida de 2 x 1,60 metros e uma recriação de Nossa Senhora, ambas de 2022. “Gosto desse tema do paralelo entre sexo e religião, e trago isso no meu trabalho desde a década de 1990. Quero mostrar o belo, o generoso”, conta o artista, que tem obras em importantes coleções brasileiras, como Gilberto Chateaubriand, João Sattamini – Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro, na Galeria Anna Maria Niemeyer e no MAR – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.