
A Fórmula 1 sempre exerceu um fascínio muito grande nos brasileiros. São inúmeros títulos na categoria. Ao longo de décadas, tornou-se rotina acompanhar, aos domingos, as corridas transmitidas ao vivo, em circuitos pelo mundo afora. E diversos pilotos, daqui, guiaram na modalidade. Mas nenhum fidelizou o país no automobilismo como Ayrton Senna. Quem o viu correr, sem dúvida alguma sabe onde estava no primeiro dia do mês de maio de 1994. E como recebeu a notícia da tragédia que marcou uma geração que se acostumou a vitórias épicas e manobras inesquecíveis, especialmente, na chuva. Seu estilo único e agressivo, imortalizou mais do que um corredor veloz. Senna não é o detentor do maior número de títulos e muitos de seus recordes já foram batidos. Alguns, muitos anos depois de sua morte. Mas até hoje, quando se insiste em apontar o maior de todos, seu nome ainda é colocado no topo.
Gabriel Leone encara a missão de viver um esportista que alcançou feitos extraordinários e conquistou admiradores por todo o planeta. Um piloto dotado de um conhecimento impecável das máquinas que conduzia. Senna encontrava caminhos na pista que nenhum outro adversário parecia conseguir enxergar. E sua forma de guiar encantou e intimidou diversos competidores que se sentiam mais do que desafiados.
A minissérie em seis partes é a maior produção da Netflix em solo brasileiro. Trata-se de uma reconstituição impecável dos dias de glória do piloto, atravessando toda a sua vida, desde a infância no kart até o início na categoria mais importante do automobilismo. Amigos, rivais, relacionamentos amorosos, a família e personagens diversos, que orbitaram a vida do tricampeão, se revezam em tela ajudando a contar sua saga dentro e fora das pistas. Os bastidores de seus títulos e dos dias que antecederam o fatídico Grande Prêmio de Ímola são revisitados de forma emocionante e com toda a ação que a Fórmula 1 sempre entregou. Além da lembrança de seus feitos, cada capítulo consegue resgatar a memória de como era madrugar, algumas vezes, para vê-lo ser campeão. Senna entrega nostalgia ao revisitar um tempo de entusiasmo com um ídolo que se fez lenda, muito antes de partir.