
Nos meses de fevereiro e março, a exposição “Degenerado Tibira”, uma mostra coletiva que celebra experiências queer brasileiras a partir do trabalho de artistas residentes nas regiões Norte e Nordeste do país. Eduardo Bruno e Waldírio Castro, da Plataforma Imaginários, assinam a curadoria, lançando olhar sobre a memória de ‘Tibira do Maranhão’, indígena que se tornou símbolo das lutas afirmativas por diversidade no Brasil por ser o primeiro caso de LGBTfobia registrado, no país, em 1614, durante o período colonial. A exposição fica aberta ao público de forma gratuita de 20 de fevereiro até o dia 14 de março, de segunda a sexta, sempre das 10h às 17h, na Embaixada do Brasil (Wallstraße 57, 10179 Berlin). No dia 27, às 11h, haverá uma visita guiada com o expógrafo M. Dias Preto, seguida seguida de conversa com a Dra Jamile Pinheiro Dias, pesquisadora.
Nos registros feitos pela Igreja Católica, durante as expedições ao Brasil, pelos idos de 1614, consta o assassinato de um indígena Tupinambá acusado de ‘sodomia’. Antes de ser brutalmente executado por meio de um tiro de canhão em praça pública, ‘Tibira do Maranhão’ foi batizado pela Igreja sob o pretexto de salvar sua alma. “Nesta exposição, Tibira é resgatado como uma figura histórica que simboliza as múltiplas experiências queer brasileiras”, explica Eduardo Bruno, curador da mostra. “Sua vida evoca a resistência da comunidade queer que, em suas diferenças, desafia as estruturas hegemônicas e propõe outros modos de ser, estar e se relacionar no mundo”.
Waldírio Castro, curador, destaca o conjunto das mais de 20 obras apresentadas na exposição como uma maquinaria de reimaginação, materializada por meio de imagens, sons e narrativas. “As obras aqui reunidas não apenas confrontam ou tensionam estruturas normativas, mas também criam temporalidades e espaços que transcendem a lógica cis-hetero-colonial-