
O assunto é o Oscar. Disputou lugar até com o carnaval, considerado o maior evento a céu aberto do mundo, com multidões por toda parte. E nesse contexto, milhões de brasileiros, estavam fixados no Oscar a maior premiação do cinema mundial. Lá estavam a extraordinária Fernanda Torres e o imbatível Walter Salles na disputa, o que para nós foi um marco, não pela disputa em si, já pisamos o tapete vermelho outras vezes, mas porque Ainda Estou Aqui é um filme carregado de simbolismos, uma história sensível e dura, brasileira na essência, portanto, maior que qualquer estatueta, com toda deferência que merece. Aqui sob o olhar de Mariah Macedo, nossa estagiária, sobre a noite glamorosa e o nosso prêmio de melhor filme internacional.
Começo a coluna com grande alegria, celebrando a vitória de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional. Que vitória para o Brasil! Para nossa história enquanto nação. Walter Salles e toda sua equipe brilharam com a produção desse filme, que deu vida a uma história tão marcante de uma mulher, de uma família, numa época tão difícil como ditadura militar no nosso país.
Além da vitória brasileira, nesse ano, o Oscar foi marcado por uma enorme representatividade de outras nações. Destaco os prêmios de Flow, da Letônia, In The Shadow of the Cypress, produção iraniana, vencedora de Melhor Animação em Curta Metragem e No Other Land, em Melhor Documentário, representando à Palestina.
Sobre os detalhes dos filmes, Paul Tazewell, foi o primeiro homem negro a ganhar na categoria Melhor Figurino, o que me surpreendeu, mas não era para menos, Wicked, sem dúvidas, se supera na caracterização das personagens. A Substância de Coraline Fargeat, levou o prêmio de Melhor Maquiagem e Cabelo, merecidíssimo dada a magnitude artística do longa.
Inesperado! Foi a palavra para as duas estatuetas que Duna Ii, de Denis Villeneuve, levou para casa. Fiquei um pouco indignada com a vitória de Conclave em somente uma das categorias as quais concorria, o longa era uma das minhas maiores apostas da noite.
Emilia Perez levou dois Oscars para a estante, com Zoë Saldaña, ganhadora de Melhor Atriz Coadjuvante e Canção Original, o que achei curioso, pois filmes como Sing Sing e Batalhão 6888, tiveram produções musicais melhores e dignas da estatueta dourada.
Anora, de Sean Baker, foi o nome da noite. Varrendo o Oscar, o longa ganhou cinco estatuetas, entre elas, as categorias mais importantes e aguardadas da noite: Melhor Filme e Melhor Atriz. Infelizmente, a história se repete e nossa Fernanda Torres não trouxe o prêmio para casa. Anora é uma produção interessante e cômica e Mikey Madison entrega uma atuação de tirar o fôlego, mas acredito que não chegue aos pés da atuação de Torres, que, brilhantemente, dá vida a Eunice Paiva.
Uma noite cheia de surpresas e emoções. Paralisando até o Carnaval, o Oscar tomou conta do espírito brasileiro. É uma alegria enorme vermos que um trabalho nacional, fruto de nossa história, chegou a uma grande premiação como o Oscar. Ainda Estou Aqui está e continuará presente nas próximas gerações de Brasil.
Estagiária
Supervisão Rogéria Gomes