
Parte do projeto “Waiting Zone.Limbo” – que começou a ser desenvolvido em 2022 e passou por museus e galerias de Moscou, integrado à 60ª Bienal de Veneza e foi exibido na África (Senegal) -, a exposição da artista russa Katerina Kovaleva, “no Limbo”, ocupará o Parque Glória Maria (antigo Parque das Ruínas), a partir do dia 13 de março. Katerina idealizou instalações de grandes proporções dedicadas ao tema “espera”, com novos significados adaptados à antiga mansão das mecenas da Belle Époque carioca Laurinda Santos Lobo, que reuniu intelectuais e artistas. Katerina dedicou alguns trabalhos recentes à individual: uma instalação confeccionada com tecido de paraquedas se aqueceu na vestimenta tradicional das baianas, bem como a pintura em homenagem ao padroeiro da cidade, São Sebastião. Outras obras estabelecem a conexão entre a Europa e o Brasil, dialogando com a história do próprio casamento de Laurinda, que tanto contribuiu para estabelecer esses vínculos.
Também foram trazidos para a mostra trabalhos já apresentados no exterior, como outra obra feita com tecido de paraquedas medindo nove metros, inspirada no afresco de Giovanni Battista Tiepolo (onde os quatro continentes se unem), bem como parte da instalação “The Abduction of Europe”, um vestido de noiva com seis metros de comprimento.
“A história desta casa é como uma parábola: do esplendor e luxo, passando pelo declínio, pilhagem e desolação, até uma nova vida de um espaço cultural pós-civilização que continua a atrair pessoas. Apenas nas paredes da casa de Laurinda, a “princesa dos mil vestidos”, permanceram, mas guardaram a memória dos acontecimentos que aconteceram aqui. Essas testemunhas silenciosas dão a oportunidade de tocar o tempo e o espaço, com a energia especial do lugar”, afirma Katerina Kovaleva.