
Aarão Marins, Zelito Viana, Denise Miller e Hernani Heffner
Com uma plateia lotada, a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que acaba de ser reinaugurada, reviveu ontem os velhos tempos de local de debate e reflexão. O motivo foi a exibição de “Minha Namorada” (1971), primeiro filme de Zelito Viana, agora, 54 anos depois, restaurado e digitalizado em 4K pela Mapa Filmes/Link Digital.
Após a exibição do longa, houve um debate conduzido pelo gerente da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner. Sempre muito bem humorado, Zelito lembrou momentos curiosos da produção, como ter convidado a atriz Odete Lara para o papel de “Carminha”, mãe de uma jovem de 15 anos, que recusou a atuação, ‘por não concordar com o personagem que reprimia a filha’. “Liguei imediatamente para a Fernanda (Montenegro), que não só aceitou, como correu na mesma hora para o set”, contou o diretor. Denise Miller e Aarão Marins, da Link Digital, e craques na arte da restauração, contaram sobre os detalhes técnicos do novo projeto, que também incorpora ao filme recursos de acessibilidade, como closed caption, audiodescrição e linguagem de libras.
Entre os presentes, a diretora da Mapa Filmes e mulher de Zelito, Vera de Paula, o ator Marcos Palmeira e sua mulher, a diretora e produtora Gabriela Gastal, o cineasta Neville de Almeida, o pianista, arranjador e compositor Claudio Dauelsberg, que se encantou com a trilha sonora do filme, Alice Gonzaga, filha de Adhemar Gonzaga, da Cinédia, uma das mais importantes produtoras do cinema brasileiro dos anos 1930 e 1940, a escritora e jornalista Luciana Savaget e o cartunista e humorista Claudius Seccom.