
O universo têxtil — costuras, bordados, tramas e camadas de tecidos — é o aspecto mais recorrente da exposição individual que Renato Dib apresentará na Galeria Contempo. “Labirinto interior”, que abre ao público no dia 3 de maio na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, se lança a uma investigação profunda sobre a interioridade e o corpo, tanto em suas dimensões visuais quanto simbólicas. Com organização do próprio artista e texto crítico de Agnaldo Farias, a mostra marca o início da parceria de Dib com a galeria.
Ao oferecer um recorte abrangente de mais de duas décadas de sua produção, pretende funcionar como um panorama generoso de sua poética.
Reunindo obras emblemáticas e outras inéditas, a exposição propõe um mergulho no universo de Dib. “Labirinto Interior” percorre as transformações e permanências que acompanharam a trajetória do artista, destacando como a matéria utilizada se converte em linguagem e, sobretudo, como o corpo — tanto físico quanto o social e psíquico — é ponto de partida para uma longa especulação. Vibrando entre o íntimo e o coletivo, seu trabalho convoca que se repense ao mesmo tempo a matéria que mobiliza, em especial o campo têxtil, e as analogias possíveis que junto dela se pode experimentar. Gênero, sexualidade, desejo e repulsa são termos correntes de seu extenso léxico. Tornando assim os tecidos, outrora utilizados para proteger e cobrir, suportes de um desvelamento do interior — enquanto aquilo que se oculta — e da interioridade.