
Os 133 cardeais que vão ficar isolados do mundo para que não haja interferência na escolha do novo Pontífice, além do controlo da comunicação com o exterior e do elevado grau de seleção de quem fica a trabalhar na Casa de Santa Marta – onde ficam hospedados os eleitores -, os cuidados estendem-se ainda à inspeção dos alimentos consumidos pelos cardeais.
O relatório histórico mais pormenorizado acerca da alimentação durante o Conclave é da autoria de Bartolomeo Scappi, um dos mais famosos cozinheiros do Renascimento, que serviu os Papas Pio IV e Pio V. No seu livro de 1570, Opera Dell’Arte del Cucinare (A Arte de Cozinhar, em português) revelou os segredos de vigilância com os alimentos durante o conclave que elegeu o Papa Júlio III.
De acordo com a BBC, Scappi indica que, antes de serem consumidos pelos cardeais, os alimentos eram verificados por provadores para garantir que não continham qualquer tipo de mensagens.
Também para evitar mensagens dissimuladas, alguns alimentos que ficavam proibidos de integrar o menu, como é o caso de bolos ou frangos inteiros e tartes fechadas. Já o vinho e a água só podiam ser oferecidos em recipientes transparentes, para que o conteúdo fosse visível.
Antes de cada refeição, os guardanapos de pano eram abertos e igualmente inspecionado cuidadosamente.
Bartolomeu Scappi diz que, apesar das restrições, o menu do Conclave é composto por refeições equilibradas, que incluem salada, fruta, charcutaria, vinho e água fresca.
Fonte BBC e CManhã/PT