
Nesta segunda-feira, 5, o rapper Sean “Diddy” Combs – também conhecido como P. Diddy – comparecerá ao tribunal do Distrito Sul de Nova Iorque para a etapa de seleção do Júri que definirá os rumos de um dos casos criminais mais midiáticos dos últimos anos.
O artista é acusado de tráfico sexual pela ex-namorada, a cantora de R&B Cassie Ventura. Caso seja considerado culpado, Diddy poderá enfrentar a pena de prisão perpétua.
Desde fevereiro de 2024, o rapper tornou-se réu em 63 processos judiciais, que englobam denúncias de agressão sexual, violência doméstica, tráfico de drogas, exploração sexual e até estupro coletivo.
Embora a maioria dessas ações ainda não tenha sido formalmente incorporada à acusação Federal, o caso movido por Cassie Ventura – encerrado por meio de um acordo extrajudicial apenas um dia após sua apresentação, em novembro de 2023 – desencadeou uma onda de novas denúncias.
O episódio serviu como gatilho para que outras supostas vítimas ganhassem coragem para vir a público.
Ao todo, os processos foram instaurados por 63 pessoas – 26 homens e 37 mulheres – entre elas aspirantes a músicos, participantes de reality shows e indivíduos que conheceram o artista em eventos ligados à indústria do entretenimento.
Como será o início do julgamento?
Nesta manhã, Diddy será escoltado por agentes Federais até o tribunal Federal localizado em Lower Manhattan.
Ele deve estar presente na sala de audiências do juiz distrital Arun Subramanian às 8h30 (horário local).
O magistrado conduzirá o processo de seleção do Júri – conhecido como voir dire – por meio de entrevistas individuais com cerca de 150 candidatos previamente escolhidos a partir de questionários destinados a identificar possíveis vieses.
O objetivo é formar um grupo composto por 12 jurados e seis suplentes, todos considerados imparciais, apesar da intensa cobertura midiática que o caso vem recebendo.
Como medida de proteção, especialmente comum em julgamentos de grande repercussão, a identidade dos jurados será mantida em sigilo, a fim de evitar pressões externas, ameaças ou assédio.
A previsão é de que a seleção do júri seja concluída até o final da semana. As declarações iniciais estão marcadas para o próximo dia 12.
Acusações
Segundo os promotores, Diddy teria utilizado a estrutura de sua empresa, a Combs Enterprises, para coagir mulheres a participar de festas sexuais que duravam dias, regadas a drogas e organizadas com a presença de prostitutas.
Esses eventos, apelidados por ele de “Freak Offs”, teriam sido gravados em vídeo, muitas vezes sem o consentimento das vítimas.
A acusação também aponta que armas encontradas na residência do artista tinham números de série adulterados e que ele esteve envolvido em crimes como sequestro, incêndio criminoso e subornos, com o intuito de intimidar testemunhas e obstruir investigações.
Ao todo, Diddy responde a cinco acusações formais: conspiração para extorsão, duas por tráfico sexual e duas por transporte para fins de prostituição.
O veredito do Júri deverá ser unânime. Caso condenado por todas as acusações, o rapper enfrentará uma pena mínima de 15 anos de prisão, podendo chegar à prisão perpétua.
Fonte Migalhas
Imagem: Reprodução/Max