
Estreou “FJALLA: Segunda Parte, o Vulcão” no teatro Municipal Ziembinski.
A produção é da Multifoco Produções Culturais.
O espetáculo está inserido no âmbito do gênero teatro-circo.
É o segundo espetáculo circense da trilogia EIYAFJALLAJOKULL.
No centro do palco há uma estrutura cenográfica criada por Ricardo Rocha. Esta é composta por barras tubulares com formas triangulares, e é sobre a cenografia que se desenvolve todo o espetáculo. Ela é criativa, vasada, arrojada, metálica e original. A estrutura começa posicionada de forma frontal, e ao longo do espetáculo, ela vai sendo reposicionada de acordo com as cenas. Ela vira até balanço e gangorra. Toda a encenação acontece sobre a estrutura e ao seu redor.
O elenco é constituído por três intérpretes: Bárbara Abi-Rihan, Palu Felipe e Vinícius Mousinho. Eles têm uma apresentação de folego, qualidade, e potente. Eles sobem e descem a estrutura, realizam acrobacias em dupla e coreografias. São movimentos intensos, pulsantes, precisos, técnicos, complexos, fruto de muita dedicação e ensaio. O trio pulsa, como pulsa um vulcão em erupção. Eles estão quentes, eletrizantes, e contagiantes, realizando movimentos que requerem equilíbrio, precisão e concentração. E emocionam o público que fica tenso à medida em que há movimentos mais radicais, e os riscos são mais iminentes de acontecer qualquer falha. É todo um conjunto de saltos, acrobacias, e coreografias dignas de louvor e congratulações.
A trilha sonora criada por Samantha Jones embala os atores, que se caracteriza como poética, melodiosa, e encantadora. As letras são densas e nos ajuda a compreender o espetáculo. Samantha tem uma voz doce e afinada. Dessa forma há uma íntima associação entre teatro, circo e música.
A direção é de Ricardo Rocha que realizou as marcações precisas e certeiras, dando um dinamismo e agilidade ao espetáculo, e guiando os atores na apresentação de excelência que eles realizam.
Os figurinos criados por Flavio Souza são de bom gosto, originais, e facilitam a movimentação e a realização das coreografias. Os atores vestem malhas e saias, em tons lilás e branco.
A iluminação criada por Ricardo Rocha apresenta um bonito desenho de luz, predominando tons quentes, e contribuindo para realçar a atuação dos atores.
A cenografia é constituída ainda por tambores, e instrumentos de percussão. Os próprios intérpretes executam os instrumentos.
Fjalla é um espetáculo de qualidade que une as linguagens do teatro e do circo; apresenta um trio de intérpretes com uma atuação notável e vibrante, realizando acrobacias, coreografias e movimentos; e uma cenografia arrojada e criativa, por onde se desenvolve todo o espetáculo.
Excelente produção cênica!