
Entretanto, junto com a popularidade nas redes, surgiram dúvidas sobre a segurança do uso, especialmente em relação ao impacto na saúde cardíaca. A confusão se deve ao fato de que o ativo foi originalmente usado para tratar hipertensão, o que não significa que seu uso em doses dermatológicas ofereça os mesmos riscos.
Em tratamentos capilares, as doses são bem menores e indicadas para quadros como alopecia androgenética, eflúvio telógeno e até queda por tração. É uma opção prática para quem não se adapta ao uso tópico e tem se mostrado eficaz no aumento da densidade e crescimento dos fios. Como qualquer medicamento, pode ter efeitos colaterais, como surgimento de pelos em outras áreas, tontura leve e, mais raramente, inchaço ou palpitações — geralmente reversíveis.
Estudos recentes reforçam a segurança do minoxidil oral em microdoses, sem impactos significativos na saúde cardíaca quando há indicação e acompanhamento médico. Além disso, pesquisas mostram que ele pode, em alguns casos, ser até mais eficaz do que o uso tópico, com menos queixas de irritações no couro cabeludo e maior adesão ao tratamento.
O alerta fica, como sempre, para os riscos da automedicação. Mesmo sendo seguro para grande parte dos pacientes, não é indicado para gestantes, pessoas com cardiopatias graves ou hipotensão descontrolada. Por isso, a avaliação médica é essencial antes de iniciar qualquer protocolo para queda de cabelo.
Conversamos com a médica Alexandra Lopes, especialista em medicina capilar da Onne Clinic Rio e veja o que ela diz:
JP – O minoxidil oral pode ser usado por qualquer pessoa?
Apesar de ser um tratamento cada vez mais procurado para queda de cabelo, o minoxidil oral não é indicado para todo mundo. Trata-se de um medicamento com ação vasodilatadora, originalmente usado para tratar hipertensão, e que passou a ser prescrito em doses muito menores para estimular o crescimento capilar.
Não deve ser usado sem orientação médica.
JP – Quais os principais cuidados antes de começar o tratamento?
Antes de iniciar o uso do minoxidil oral, alguns cuidados são essenciais para garantir a segurança e a eficácia do tratamento:
1. Avaliação médica completa – O primeiro passo é consultar um especialista, como um dermatologista ou tricologista, para identificar a causa da queda de cabelo. Nem toda alopecia se beneficia do minoxidil, e o tratamento errado pode agravar o quadro.
2. Histórico de saúde – É fundamental avaliar condições cardíacas, pressão arterial, retenção de líquidos e uso de outras medicações. O minoxidil oral, mesmo em baixas doses, pode causar efeitos como taquicardia, hipotensão ou inchaço.
3. Exames laboratoriais – Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de sangue para descartar deficiências nutricionais, alterações hormonais ou outras causas que precisem ser tratadas em conjunto.
JP – Existem sinais de alerta de que o organismo não está tolerando bem o medicamento?
Sim. Embora o minoxidil oral seja seguro quando bem indicado e acompanhado, alguns sinais podem indicar que o organismo não está tolerando bem o medicamento. Os principais incluem:
1. Inchaço (edema) nas pernas, tornozelos ou ao redor dos olhos – pode indicar retenção de líquidos
2. Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia) ou sensação de palpitações
3. Tontura ou queda de pressão, especialmente ao levantar
4. Cefaleia (dor de cabeça) persistente
5. Falta de ar ou sensação de cansaço anormal
6. Crescimento excessivo de pelos em locais indesejados (como face e braços) – não é perigoso, mas pode causar desconforto estético
JP – Quando o uso oral é mais indicado do que o tópico?
O minoxidil oral costuma ser mais indicado em situações específicas, como:
1. Alergia ou intolerância ao minoxidil tópico, que pode causar coceira, vermelhidão ou descamação do couro cabeludo
2. Dificuldade de aderência ao tratamento tópico, seja por rotina corrida, uso de chapinhas ou escovas progressivas, ou por incômodo estético com o aspecto oleoso deixado pelo produto
3. Casos mais avançados de queda de cabelo, em que é necessário um estímulo mais sistêmico e potente
4. Alopecias de padrão mais difuso, como em mulheres com afinamento global dos fios
5. Associação com outros tratamentos orais, quando se busca uma ação conjunta.
JP – Quais outros tratamentos modernos estão disponíveis hoje para queda de cabelo?
Atualmente, clínicas especializadas oferecem tecnologias avançadas para tratar a queda de cabelo de forma personalizada. Entre os principais recursos estão: aplicações injetáveis com substâncias que estimulam o crescimento dos fios, laser fracionado que melhora a regeneração do couro cabeludo, técnicas regenerativas com microenxertos do próprio paciente, e exames digitais de alta precisão para diagnóstico e acompanhamento.
Também é possível avaliar fatores como pH, oleosidade e microbiota do couro cabeludo, além de usar loções manipuladas específicas e suplementação orientada. A combinação dessas estratégias, sempre com avaliação médica, potencializa os resultados de forma segura e eficaz.