
Luciana Carvalho e Rodrigo Faour
“Uma vida pelo samba” (Ed. Sonora), décimo livro do jornalista, escritor e pesquisador Rodrigo Faour, é parte integrante do projeto Sambabook Beth Carvalho (Musickeria) e faz um passeio pela vida e obra de Beth, mostrando toda a coerência artística da cantora, que a partir de 1972 decidiu optar pelo samba, mesmo já tendo uma consagrada carreira que começou na bossa nova e passou pelo auge da Era dos Festivais, entre 1967 e 1970, quando se consagrou com “Andança”, no III Festival Internacional da Canção, de 1968, ao lado dos Golden Boys.
O lançamento do livro no Rio de Janeiro aconteceu nesta quinta-feira, 12, na Livraria da Travessa Ipanema e reuniu amigos, jornalistas e artistas.
Com orelha assinada pela atriz e poeta Elisa Lucinda, e quarta capa por Martinho da Vila, o livro mostra a opção assertiva de Beth pelo samba, quando resgatou grandes autores da velha guarda, como Cartola, Monarco, Nelson Cavaquinho, Argemiro e Nelson Sargento, e lançou ou ajudou a consagrar um sem número de pagodeiros – músicos e intérpretes –, como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Jorge Aragão e Luiz Carlos da Vila – que descobriu na sede do bloco Cacique de Ramos, entre 1977 e 1978, e passou a divulgar em seus discos uma nova forma de tocar o samba, com harmonias bem talhadas e instrumentos diferentes em sua execução.
Destrinchando álbum por álbum – repertório, repercussão junto ao povo e entrevistas na imprensa para divulgá-los – Faour mostra o quanto Beth tinha o samba como bandeira política de afirmação do próprio país e o quanto lutou pela valorização dos sambistas e da negritude, e por um Brasil menos desigual, ainda que no palco predominasse a alegria, com sua voz quente e doce.
Fotos Cristina Granato