
A cultura do consumo da erva-mate é fundamental para a história do sul do continente americano. Rica em propriedades anti-inflamatórias, a planta é matéria-prima de bebidas como o chimarrão e o tererê e seu cultivo é parte significativa da economia de estados como o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Degustado quente ou frio, das praias cariocas à serra gaúcha, o mate é bastante associado a atividades em grupo, em diversas regiões. Apreciá-lo em família ou junto de amigos, nos mais variados eventos sociais, ilustra um sentimento de congregação que atravessa gerações. Para o povo Guarani, sua descoberta foi um presente de Nhanderú (Deus em tupi-guarani).
Com direção e roteiro de Marcia Paraiso, Luta da Erva (2023) é um documentário sobre a origem do plantio de um símbolo essencial para a construção identitária de países como o Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Trafegando pela linha do tempo desse patrimônio continental, até os dias de hoje, o filme alerta sobre a importância de se preservar a natureza, a história e a ancestralidade. Destacando as transformações e a apropriação no manejo e preparo com a chegada de colonizadores, esse registro reforça, também, a necessidade da renovação dos espaços de semeadura, através das falas de personagens que cresceram com a consciência dos benefícios dessa erva, entendida sagrada, pelos povos originários.
A produção da Plural Filmes é parte da seleção da 10ª edição do Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo e está disponível, somente até o dia 30 de junho, no aplicativo da TV Brasil.