
Ela manipula muito bem átomos, moléculas e metais assim como as tintas e as palavras. Minha convidada dessa semana é a engenheira química, artista plástica e escritora Karla Acemano. Ela possui uma formação acadêmica em engenharia química, com mestrado e doutorado na área. Atualmente, atua como professora e conteudista em ensino superior, tecnológico e técnico, além de desenvolver projetos como pesquisadora, perita e consultora. Em suas obras artísticas, ela explora a pintura a óleo sobre tela e a criação de peças em tricô e crochê, buscando expressar sua visão de mundo e suas emoções através das cores, formas e palavras. Além de todas essas atividades, Karla também é autora e escritora, com foco em temas como amor e alma gêmea.
Confira nosso bate-papo!
JP – Olá Karla! Você poderia comentar sobre o seu lançamento o romance O Abrigo da Libélula?
Meu primeiro romance, O Abrigo da Libélula, foi publicado em março desse ano. Eu contei com os serviços de uma equipe editorial e gostei do resultado. Escrever essa história foi libertador, pois eu cheguei a conclusão que todo o desejo que eu tinha de viver um grande amor foi vivido na história que escrevi. E não falo só de amor entre amantes, mas de amor próprio, de força interna, de coragem, de sobrevivência, de transformação. O maior amor de todos é o que temos por nós mesmos, todos os outros são apenas resultados disso.
JP – Você tem uma formação nas ciências exatas, no campo da engenharia. Como você consegue conciliar com um lado mais humanista, no campo das artes plásticas e literário?
Eu nasci artista. Sempre que lembro da infância, me vejo desenhando, pintando ou escrevendo. Minha escolha de carreira surgiu com uma curiosidade: “o que um engenheiro químico faz?”, e tenho dificuldade de deixar as coisas pela metade, então fiz tudo, graduação, mestrado, doutorado e pós graduação, tudo em engenharia. Houve um momento em que eu pensei em fazer faculdade de artes plásticas em vez do doutorado, mas não consegui. Hoje uso meu tempo livre pra me dedicar às artes e a engenharia pra pagar os boletos…
JP – Quais são os seus autores de romance preferidos?
Jane Austen, Emily Bronte, Fiódor Dotoiévski, Machado de Assis nos clássicos. Nicolas Spark acho lindo demais, e os de época que estou lendo no momento e estou adorando são Stephanie Peckham e Julia Quinn.
JP – Escrever é vocação? Justifique.
Eu acredito que com treinamento e constância todos são capazes, mas no meu caso, vi com o passar do tempo, que isso estava latente, esperando coragem. Fiz uma viagem introspectiva durante 15 dias e pelo caminho eu comecei a rascunhar… Quando voltei, assisti um filme lindo, do filme achei o livro, comprei, li e tive certeza que tinha que escrever… Call me by your name é o livro.
JP – Como você analisa esse mundo em que vivemos que valoriza cada vez mais a técnica em detrimento da poesia?
Vai sempre faltar essência. Poesia é liberdade para o encantamento, técnica é exercer uma tarefa com disciplina. Percebe?
JP – Quais são os temas preferidos dos seus romances?
Resiliência, transformação e amor próprio. Amores que não se concretizam de imediato, mas não acabam. Amores que sobrevivem ao tempo. Amores genuínos, leves, raros e avassaladores. Amores que despertam transformação interna. Acredito muito que existam almas gêmeas ou chamas gêmeas, se preferir.
JP – Quais são as dicas que você daria para um jovem escritor?
Não desista.
É demorado, caro e as vezes desanima, mas a satisfação é absurda, quando um leitor te retorna dizendo que amou sua obra.
Percevere. Acredite. Estude. Melhore. Conte com o apoio de profissionais pra deixar adequado para o mercado.
JP – Quais são os seus planos futuros?
Escrever. Eu brinco dizendo que escreverei cinco livros e encerrarei minha carreira de escritora.
Pintar… Ainda terei minha exposição e me tornarei conhecida.
Abrir uma loja virtual de hand mande de luxo.
Viajar. Tenho uma lista de países que quero visitar.
Tenho muitos planos…