
Por Henrique Pinheiro – Economista e Produtor Executivo de Cinema.
Nascido em Pelotas, em 1903, o engenheiro, agrônomo e político gaúcho, Luiz Simões Lopes (1903-1994), foi um dos melhores amigos de Getúlio Vargas e teve muitas afinidades com Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Amigo dos amigos, Luiz Simões Lopes, fundador da Fundação Getúlio Vargas, foi, também, muito solidário com meu pai, João Pinheiro Neto, cassado pela ditadura militar por seus ideais de implantar a Reforma Agrária.
Presidente da Fundação Getúlio Vargas, nos anos 60, Luiz Simões Lopes deu emprego ao meu pai, ex-presidente da Superintendência da Reforma Agrária no Governo Jango, que ficou desempregado, além de ter sido preso, em abril de 1964.
Luiz Simões Lopes participou ativamente do desenvolvimento do país, nos governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e de João Goulart.
Ele desempenhou importante papel nos dois governos de Getúlio, desde a Revolução de 30.
Luiz Simões Lopes era filho de Clara Sampaio e Ildefonso Lopes, deputado federal pelo Rio Grande do Sul e ministro da Agricultura entre 1919 e 1922, no governo de Epitácio Pessoa.
O pai de Luiz Simões Lopes foi, ainda, membro do Estado-Maior Civil da Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, e Diretor do Banco do Brasil, no primeiro governo getulista.
O avô paterno de Luiz Simões Lopes era o Visconde da Graça, João Simões Lopes .
Elegante, culto e competente, o fundador da Fundação Getúlio Vargas foi meu padrinho de batismo.
Simões Lopes casou, pela primeira vez, no início do governo Vargas, em 1932, no Rio de Janeiro, com a linda socialite Aimée de Heeren (Aimée Sotto Mayor de Sá, seu nome de solteira).
Por causa do suposto caso que sua primeira mulher teria tido com o presidente Vargas, Luiz Simões Lopes divorciou-se de Aimée e casou-se, em segundas núpcias, com Regina de Macedo Sampaio Quentel, de uma tradicional família de São Paulo, e, com ela, teve quatro filhos.
Apesar de gaúcho, Simões Lopes formou-se em Engenharia Agrônoma pela Escola Mineira de Agricultura Veterinária, em Belo Horizonte.
Em 1925, bem antes da Revolução de 30, foi trabalhar como oficial de gabinete do Ministério da Agricultura.
Em 1930, foi nomeado oficial de gabinete do presidente Getúlio Vargas, que o convidou para participar da Comissão de Reforma Econômica e Financeira do país, em 1937.
Em 1938, Luiz Simões Lopes foi nomeado por Getúlio Vargas o presidente do Dasp, Departamento Administrativo de Serviço Público.
E, em 1944, tomou posse como presidente da Fundação Getúlio Vargas, criada por Getúlio Vargas para promover a formação de pessoal qualificado para a administração pública e privada.
Simões Lopes permaneceu no cargo, na Fundação Getúlio Vargas, até 1992.
Meu pai deu aulas, como professor contratado, na Fundação Getúlio Vargas, por mais de 10 anos.
Luiz Simões Lopes foi o único gestor que teve coragem de contratar e de dar emprego ao meu pai, naquele momento difícil do país, durante a ditadura militar.
A Fundação Getúlio Vargas desempenha, hoje, importante papel no desenvolvimento social, político e econômico do Brasil .
Nas fotos, João Pinheiro Neto com Luiz Simões Lopes e Samuel Wainer e Henrique Pinheiro.