

Nos últimos dias , acompanho com atenção — e preocupação — o avanço das medidas protecionistas vindas dos Estados Unidos. Os tais “tarifaços”, como a imprensa gosta de chamar, não são somente ruídos diplomáticos: São sintomas de uma economia global doente. E, aqui entre nós, quero compartilhar uma inquietação: O que isso revela sobre o momento em que vivemos?
Estou convencido de que essas ações não são estratégias racionais de fortalecimento econômico. São, na verdade, os espasmos de um capitalismo esgotado, incapaz de produzir valor como antes em um mundo saturado de automação, consumo fictício e capital improdutivo. É como insistir em um trabalho inútil: Jamais essa política fará os EUA retomarem o papel de locomotiva produtiva do mundo. As indústrias não voltarão ao solo americano, e seus produtos não inundarão mais os mercados globais. A hora deles já passou. Hoje, seu poder se concentra na especulação financeira e na pressão militar.
Mas, olhando com mais atenção, percebo uma brecha no meio da crise, especialmente para nós, que vivemos nas bordas do mundo capitalista. O Brasil já enfrentou momentos assim. Durante as duas guerras mundiais, foi justamente na escassez e no isolamento que crescemos. Não porque o conflito fosse virtuoso (longe disso!), mas porque as rupturas do comércio internacional abriram espaço para a substituição de importações e para o fortalecimento do que se fazia aqui, com as mãos e a criatividade de quem vive neste país.
Será que, agora, neste novo colapso silencioso, não temos novamente a chance de olhar para dentro?
Não falo de um nacionalismo vazio, mas de algo mais profundo: A oportunidade de materializar experiências autossustentáveis, locais e enraizadas.
Estou convencido de que essas ações não são estratégias racionais de fortalecimento econômico. São, na verdade, os espasmos de um capitalismo esgotado, incapaz de produzir valor como antes em um mundo saturado de automação, consumo fictício e capital improdutivo. É como insistir em um trabalho inútil: Jamais essa política fará os EUA retomarem o papel de locomotiva produtiva do mundo. As indústrias não voltarão ao solo americano, e seus produtos não inundarão mais os mercados globais. A hora deles já passou. Hoje, seu poder se concentra na especulação financeira e na pressão militar.
Mas, olhando com mais atenção, percebo uma brecha no meio da crise, especialmente para nós, que vivemos nas bordas do mundo capitalista. O Brasil já enfrentou momentos assim. Durante as duas guerras mundiais, foi justamente na escassez e no isolamento que crescemos. Não porque o conflito fosse virtuoso (longe disso!), mas porque as rupturas do comércio internacional abriram espaço para a substituição de importações e para o fortalecimento do que se fazia aqui, com as mãos e a criatividade de quem vive neste país.
Será que, agora, neste novo colapso silencioso, não temos novamente a chance de olhar para dentro?
Não falo de um nacionalismo vazio, mas de algo mais profundo: A oportunidade de materializar experiências autossustentáveis, locais e enraizadas.
Somos um povo criativo e podemos reinventar processos produtivos que sustentem nossa gente. Espaços de vida e trabalho que não dependam da lógica destrutiva da valorização infinita. Cooperativas, redes comunitárias e projetos coletivos podem mostrar sua força agora, organizando-se fora do imperativo do lucro e colocando o viver — e não o vender — no centro.
O desafio, porém, é enorme. É preciso pressionar o governo Lula para que não ceda ao forte grupo conservador que buscara defesas e proteção somente para os empresários atingidos pelo tarifaço. Essa crise atinge a todos e os empregos têm que ser preservados! Neste momento precisaremos vencer a visão imediatista de consumo da classe média, que ainda sonha a qualquer preço com shoppings e produtos importados, enquanto o mundo muda ao redor. Os líderes de direita que transitam nas classes médias não se furtarão em trair o próprio país, como estamos vendo com a família Bolsonaro. Na verdade, eles só querem consumir e nem estão aí para os problemas nacionais. E preciso isolar estes líderes e mostrar a todos o seu servilismo ao capital internacional E, por fim, teremos de enfrentar o fetiche do lucro rápido do agronegócio, sempre voltado ao mercado externo, em detrimento da produção que alimente e fortaleça nosso próprio território.
E não podemos esquecer que existem inimigos internos e externos que sabotam qualquer tentativa de autonomia. Internamente, enfrentamos uma direita internacionalizada e antinacional, sempre pronta a vender o país em troca de seus privilégios. Externamente, pesam sobre nós os cartéis financeiros, as Big Techs e o próprio governo Trump, forças que controlam fluxos econômicos e tecnológicos e que não têm interesse em ver um Brasil autônomo e criativo florescer. Vencê-los exige coragem política, organização social e um novo horizonte de pensamento econômico.
E é aqui que surge a oportunidade maior desta crise. Não se trata somente de mudar de parceiros internacionais, saindo dos braços dos Estados Unidos para cair nos braços da China. Isso seria somente reacomodar o mesmo jogo, no sistema global das mercadorias, que já se mostra insustentável. A chance real está em criar outro caminho — local, solidário, sustentável —, que rompa com a lógica da dependência e do lucro infinito. Um caminho onde nossas comunidades não sejam peças do tabuleiro geopolítico, mas protagonistas da sua própria história econômica e social. A crise sempre traz uma oportunidade. E esta é a hora de discutirmos outro tipo de país, solidário e consciente do seu papel como polo inovador neste mundo de agruras do capitalismo – um mundo de guerras e de miséria generalizada.
Se o mundo capitalista está rachando, talvez seja a nossa hora de costurar outra malha, mais justa, mais nossa, fora dos limites estreitos do capitalismo global.
O desafio, porém, é enorme. É preciso pressionar o governo Lula para que não ceda ao forte grupo conservador que buscara defesas e proteção somente para os empresários atingidos pelo tarifaço. Essa crise atinge a todos e os empregos têm que ser preservados! Neste momento precisaremos vencer a visão imediatista de consumo da classe média, que ainda sonha a qualquer preço com shoppings e produtos importados, enquanto o mundo muda ao redor. Os líderes de direita que transitam nas classes médias não se furtarão em trair o próprio país, como estamos vendo com a família Bolsonaro. Na verdade, eles só querem consumir e nem estão aí para os problemas nacionais. E preciso isolar estes líderes e mostrar a todos o seu servilismo ao capital internacional E, por fim, teremos de enfrentar o fetiche do lucro rápido do agronegócio, sempre voltado ao mercado externo, em detrimento da produção que alimente e fortaleça nosso próprio território.
E não podemos esquecer que existem inimigos internos e externos que sabotam qualquer tentativa de autonomia. Internamente, enfrentamos uma direita internacionalizada e antinacional, sempre pronta a vender o país em troca de seus privilégios. Externamente, pesam sobre nós os cartéis financeiros, as Big Techs e o próprio governo Trump, forças que controlam fluxos econômicos e tecnológicos e que não têm interesse em ver um Brasil autônomo e criativo florescer. Vencê-los exige coragem política, organização social e um novo horizonte de pensamento econômico.
E é aqui que surge a oportunidade maior desta crise. Não se trata somente de mudar de parceiros internacionais, saindo dos braços dos Estados Unidos para cair nos braços da China. Isso seria somente reacomodar o mesmo jogo, no sistema global das mercadorias, que já se mostra insustentável. A chance real está em criar outro caminho — local, solidário, sustentável —, que rompa com a lógica da dependência e do lucro infinito. Um caminho onde nossas comunidades não sejam peças do tabuleiro geopolítico, mas protagonistas da sua própria história econômica e social. A crise sempre traz uma oportunidade. E esta é a hora de discutirmos outro tipo de país, solidário e consciente do seu papel como polo inovador neste mundo de agruras do capitalismo – um mundo de guerras e de miséria generalizada.
Se o mundo capitalista está rachando, talvez seja a nossa hora de costurar outra malha, mais justa, mais nossa, fora dos limites estreitos do capitalismo global.