
Fico triste quando termina o “Globo Rural”. Amo o programa. A meu ver, faz tempo, o melhor e mais apurado programa da televisão brasileira. Deliciosa matéria, neste domingo, com touros atletas, alugados por criadores para a festa de Barretos. Jornalismo irretocável. Lembro, nessa linha, orgulhoso, longa matéria minha, assinada, feita em Araguaína, norte de Goiás. Na edição do Globo de 6 de março de l969, com o título “Universitários conhecem de perto brasileiros típicos”. Abro assim a reportagem: “Derrubar um boi, torcendo-lhe o rabo, é uma das coisas que o vaqueiro precisa saber fazer. E ele faz a pé, ou a cavalo, mesmo em pleno galope. Depois os olhos do animal derrubado são cobertos por uma máscara de couro para que não tente fugir e o vaqueiro possa reconduzi-lo ao curral da fazenda. De cada quatro capturados assim em meio a caatinga, um lhe pertence”. Concluo: “Mas nada disso lhe interessa naquele momento. Está muito cansado e quer ir dormir. Vai para a rede logo depois do jantar. Tem que aproveitar, pois não sabe se amanhã dormirá em casa ou no meio da caatinga. O candieiro de querosene é apagado, o vaqueiro adormece logo. Seu sono é limpo e pesado”.