
“Lá vou eu de novo” — o verso vem embalado por Pedro Mann num sorriso que não se vê mas que se intui no canto. Está ali, portanto, em seus primeiros segundos, já na abertura, a alma do novo álbum do compositor, “Entre o céu e o pé no chão”. Uma alma solar e serena — em tons quentes porém claros, sem saturação. Se um disco é o retrato de um momento do artista, este se revela já na foto da capa: o rosto de perfil, a expressão tranquila iluminada pela luz do sol matinal.
Os shows de lançamento serão no no Rio de Janeiro, e no Espaço Opalina, dia 14, em São Paulo. “Tô ansioso pra apresentar em primeira mão os arranjos do meu disco novo no formato de trio”, conta Mann. “A gente tá ensaiando bastante pra fazer um showzão. É um show 100% autoral, com músicas dos meus cinco discos, com ênfase em ‘Entre o céu e o pé no chão’”. O show contará com a participação de Luiza Boê, artista capixaba radicada em São Paulo que participa da faixa “O sol continua a brilhar”, do novo disco do artista.
O quinto disco da trajetória do compositor, cantor e baixista é, em suas palavras, um gesto de maturidade. “Chegou um momento, há uns dois anos, em que eu falei: ‘Acho que já tenho aí uma cesta de canções que pode virar um disco’. E cheguei à conclusão de que era um disco que representa uma maturidade”. Essa constatação aponta não para um fim, mas sim um reinício. “Lá vou eu de novo”, a canção que abre o álbum — e que lhe dá o tom — carrega esse sentido: recomeçar com lucidez, seguir em frente sem ilusões nem amargura. “Eu tô um pouco assim, sem muitas ilusões. Mais pé no chão”, diz Mann.