Minha convidada dessa semana é a empreendedora e empresária Ana Cristina Carvalho. Ela é pós-graduada em Relações Internacionais pela Universidade de Viena, formada em marketing pela ESPM, presidente da CAFRAM – Câmara África Américas & Caribe e Conselheira na ACRJ, faz parte da Academia de Letras e Artes, FUNCEX e FCCE onde preside também um conselho, é Embaixadora de Turismo do Rio de Janeiro e presidente de Trading Santa Anna Agro há 28 anos. Ana Cristina Carvalho ainda é autora é coautora de dois livros sobre o varejo e agro turismo. Com um currículo desses, nossa conversa, claro, foi muito rica. Confira!
JP – O que é a CAFRAM que você criou e preside?
A CAFRAM é uma Câmara de Comércio Indústria e Serviços fundada no ano de 2024 com objetivo de ampliar as relações comerciais entre os países africanos e os sul-americanos e caribenhos . Iniciou com um grupo de empresários do Estado do Rio que sentiam a necessidade de ampliar o comércio com a África e dificuldade de acesso a diplomacia destes países pois somente dois países do continente possuem Consulado no Rio . Após fundarmos a Câmara , percebemos que este diálogo também era fraco com outros estados então ganhamos força e ajustamos a CAFRAM a nível Brasil , hoje com filiais em 8 estados além de diversas prefeituras
JP – Quais os resultados práticos da CAFRAM no âmbito do comércio exterior ?
A CAFRAM concluiu nestes quase um ano diversos acordo comerciais para exportação e importação ,construiu investimentos com empresários em alguns países africanos adicionando banco como apoio financeiro , e implantou 2 projetos de educação e intercâmbio com jovens . Mas foi com a abertura da CAFRAM Portugal que diversos contratos de compra e venda foram se concluindo .
Outra conquista prática foi a capacitação para exportação de algumas empresas que já estão efetuando seus primeiros embarques.
JP – Como é sua atuação na FCCE?
Atuo como Presidente do Conselho de Turismo e no Conselho de Agro.Ana Cristina em Dubai após participação em fórum de alimentos
JP – Como se dá seu trabalho como gestora de uma empresa de importação e exportação?
Sou Presidente da empresa que fundei em 1998 , após retornar de Viena .
Como todo empresário brasileiro passei por diversas moedas , políticas e regras . Ser empresária no Brasil é um desafio diário , e quando se trata de comércio exterior o risco é dobrado , pois tambem contamos com a flutuação cambial
Apesar de sair e viajar muito , sou disciplinada . Acordo cedíssimo para atender o fuso horário da Europa e Oriente Médio . Verifico as variações cambiais, leio as notícias e falo com meus representantes e fornecedores logo cedo , depois tomo café . Antes da pandemia passava alguns. dias por semana em São Paulo , mas hoje as reuniões virtuais me facultou mais qualidade de vida e tempo para almoçar com amigos e estar com meu filho
Alterei bastante o modelo inicial da empresa , hoje só importamos para algumas grandes contas de varejo e tudo que exportamos e com capital próprio . Não distribuímos mais em pequenos clientes e nem no canal Horeca , deixamos esta atividade para distribuidores experientes . Focamos na nossa expertise .
Também ajustamos os representantes como “Key account” , isto impulsionou a relação entre nós e nossos clientes finais e ampliou em quase 40% nosso número de clientes no Brasil .
JP – Como você avalia o tarifaço do presidente Trump ?
É uma resposta a um descontentamento americano a atual relação comercial com o Brasil.
Devemos agir com diplomacia e sapiência como o resto do mundo está fazendo.
JP – O que é ser Embaixadora do Turismo do RJ para você?
Para mim significa declarar o meu amor ao Rio oficialmente . Estou muito orgulhosa de participar deste grupo plural fundado pelo grande connoisseur de Turismo que é o Prof. Bayard Boiteux.
JP – Desenvolve alguma atividade cultural para promover o Rio?
Sim , em uma coincidência há dois anos atrás ,por ocasião de uma visita a Exposição da Frida Kahlo , criamos um grupo o qual se perpetua já há dois anos e permite todos os meses participarmos de atividades culturais na nossa cidade que vão de visita a museus e mostras, a visitas a monumentos históricos e turísticos além de concertos teatros e shows.
O grupo EXPOSIÇÕES é um momento “desopilante” das amigas que amam arte e o Rio . Momento de recarregar.
A empresária na China a convite do governo chines
JP – O que falta ao Rio para se tornar um grande polo de exportação?
Maior apoio das instituições federais que acreditam primeiro em São Paulo , mesmo em áreas/setores onde nosso Estado lidera.
JP – Quais são seus projetos para os próximos anos?
Quero poder contribuir para trazer na minha área mais investimentos e desenvolvimento ao Estado do Rio de Janeiro em especial aos pequenos empreendedores e jovens.
Além de ampliar as relações comercias entre Brasil e África , Brasil e Caribe.