
O Museu da Imagem e do Som, celebrado pela sigla MIS desde sua fundação em 1965, reuniu, em comemoração ocorrida em 3 de setembro deste ano, no Salão Assyrio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, muitos dos diretores que por lá passaram por conta dos 60 anos de sua inauguração.
Tive a honra de ser homenageado, durante o evento, com o Troféu Golfinho 60 anos, entregue por Cesar Miranda Ribeiro, atual presidente da entidade que vem cumprindo uma administração ágil para preservar o bom nome da Instituição.
Fiquei emocionado, com justa razão, ao ver boa parte dos diretores que me sucederam desde 1971, quando dei por consolidada a luta ferrenha de sua implantação, que começou nos dois últimos meses de 1965, ainda no verdor dos meus 25 anos, como Maria Eugênia Stein, que revitalizou a Associação de Amigos do Museu da Imagem e do Som (AMIS).
Recuperar a memória da cidade foi o desafio de sempre do MIS e de seus diretores, todos eles desabridos guardiões da porta que abre os tesouros tanto dos sortilégios do passado quanto da captação do presente.
O ontem preservado e o hoje apreendido certamente que determinarão um futuro definido e justo. Justo sim, porque este país é perdulário em arrastar para debaixo do tapete as melhores realizações de seu povo. Mas não devo aqui ficar apenas a lastimar a continuidade do descuido e do desdém neste país.
Meu objetivo é louvar agora o mais original dos museus da cidade desde 1965. Original? Por certo, até porque o MIS inventou a novidade absoluta do depoimento para a posteridade, captando para o seu acervo as impressões das vidas e dos feitos dos cidadãos que valem à pena. E isso sem preconceito de qualquer espécie.
Paralelamente aos testemunhos acolhidos em nossa atualidade, o Museu criou os conselhos de críticos, não só para definir os nomes que gravariam para a posteridade, senão também para votar os prêmios Golfinho de Ouro e Estácio de Sá proclamando os melhores trabalhos do ano. Tudo isso, e ainda a edição de muitos elepês, ajudou o Museu a ser instituição de prestígio nacional.
O MIS, o museu preservado por todos nós ao longo de seis décadas, foi e ainda é o ocupante – por meio século – do castelinho encantador da Praça xv, um dos dois remanescentes da Exposição de 1922. Como que para celebrar o passado cheio de glorias e inovações, constrói-se agora um novo MIS na Avenida Atlântica que lhe permitirá ir ao encontro de outras realidades.
Assim espero ardentemente.