
No último domingo, dia 7 de setembro, além da data comemorativa pela Independência do Brasil, lideranças de partidos políticos, sindicalistas, historiadores, professores, estudantes, trabalhistas e defensores da Democracia lembraram da posse de João Goulart, na presidência da República.
João Belchior Marques Goulart, graças à campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola, na época, governador do Rio Grande do Sul, assumiu a presidência da República no dia 7 de setembro de 1961.
Dias antes, em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros, eleito presidente da República na campanha eleitoral de 1960, havia renunciado.
Na China, em viagem com missão diplomática e comercial, Jango foi informado que, mesmo tendo sido o vice-presidente mais votado do país, sua posse, pelas vias constitucionais, foi vetada pelos ministros da Guerra, Marinha e Aeronáutica, em nome da ” segurança nacional “.
Fazendeiro, excelente gestor, de família tradicional do Rio Grande do Sul, João Goulart foi acusado de ser ” comunista”, pelos militares que quiseram evitar a sua posse .
Além do apoio de Brizola, no governo do Rio Grande do Sul, Jango também tinha ao seu favor os governadores conservadores, Carvalho Pinto, de São Paulo, Juraci Magalhães, da Bahia, Nei Braga, do Paraná, e Mauro Borges, de Goiás.
Os fardados diziam que Jango tinha ” conexões históricas com os comunistas “. Não voltaram atrás. O Congresso Nacional, fez uma proposta conciliatória. Que foi a adoção do Parlamentarismo. Jango tomaria posse. Mas, o governo seria chefiado por um primeiro-ministro.
Tancredo Neves foi escolhido pelo Congresso para ser o primeiro-ministro de João Goulart.
Jango, da China, foi para Paris, Nova Iorque e Uruguai. A emenda parlamentarista foi aprovada pelo Congresso em 2 de setembro de 1961.
No dia 5 de setembro, João Goulart chegou à capital federal.
Meu pai, João Pinheiro Neto, conheceu João Goulart no governo de Juscelino Kubitschek.
Muito querido, Goulart também teve muitos votos para a vice-presidência, na eleição de JK, em 1955.
Juscelino Kubitschek tinha enorme carinho por João Goulart e meu pai participou desses momentos históricos que antecederam a posse de Jango, na presidência da República, em 7 de setembro de 1961.
Por indicação do PSD de Juscelino Kubitschek e de Israel Pinheiro, amigos de João Goulart, desde os tempos de Getúlio Vargas, e com o apoio de amigos janguistas, como o inesquecível Samuel Wainer, meu pai tornou-se o ministro do Trabalho de Jango, no governo parlamentarista, e , depois, Presidente da Superintendência da Reforma Agrária, no governo parlamentarista e, também, no governo presidencialista, vitorioso com o célebre Plebiscito de janeiro de 1963, quando o povo votou ” Não ” ( ao parlamentarismo), com 80% de votos a favor do presidente da República.
Além de comemorar a posse de Jango, em 7 de setembro, o mês nos leva a homenagear, ainda, o inesquecível presidente Juscelino Kubitschek.
Nesta sexta-feira, dia 12 de setembro, o aniversário de JK será lembrado, em homenagens póstumas, em Diamantina, Brasília, Belo Horizonte, entre outras cidades históricas.
Nascido em Diamantina, em 12 de setembro de 1902, Juscelino Kubitschek é inesquecível. Grande democrata, presidente Bossa-Nova, amigo dos artistas, culto, pioneiro, criador de Brasília, amigo dos amigos. Um grande personagem, elegante e carismático, da história brasileira.