
Foto Caio Lírio
Durante dois anos, a diretora Christiane Jatahy e o ator Wagner Moura pesquisaram diversos textos com o objetivo de criarem um trabalho juntos. Movidos pela admiração mútua e pelo desejo comum de abordar temas que dialogassem de forma profunda com a realidade atual, chegaram à escolha de Um Inimigo do Povo, do norueguês Henrik Ibsen (1828–1906), um dos fundadores do teatro realista moderno.
A peça original narra a história do médico e cientista Thomas Stockmann, que descobre que as águas do Balneário Termal de sua cidade estão contaminadas. Ao tentar alertar as autoridades para proteger a população e os turistas, ele vê suas intenções fracassarem e acaba condenado como Um Inimigo do Povo, acusado de querer prejudicar economicamente a cidade e de ignorar a vontade da maioria.
Mais de um século após sua criação, a peça permanece urgente e atual: Ibsen aborda temas como verdade, fake news, ciência, democracia, ecologia e até o cancelamento — levantando o dilema entre o imperativo moral e o capital.
Wagner Moura queria montar esse texto há muito tempo, enquanto Christiane Jatahy tem uma extensa pesquisa em adaptações de clássicos para o teatro. A partir disso, a encenadora propôs criar um texto original que começasse alguns anos depois de onde a peça de Ibsen termina e onde Thomas Stockmann seria julgado, nos dias atuais, se é
ou não “Um Inimigo do Povo”. Com esse ponto de partida, a dupla começou a desenvolver o projeto. E assim nasceu “Um Julgamento – depois do Inimigo do Povo”, que fará duas curtas temporadas em 2025; no Centro Cultural Banco do Brasil Salvador, de 3 a 12 de outubro, e no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, no Teatro II, de 23 de outubro a 3 de novembro. Este projeto tem patrocínio do Banco do Brasil.