
A Mapa Filmes/Link Digital, sediada no Cosme Velho, reuniu uma plateia entusiasmada para assistir “Morte e Vida Severina” (1977), de Zelito Viana, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), publicado em 1955. O filme retoma a temática do Cinema Novo, e ainda se mantém atual. Narra a história de Severino (José Dumont), um nordestino que resolve tentar mudar de vida e vai em direção ao litoral e ao sudeste do Brasil, esperançoso de que no caminho não encontre mais a fome, a miséria e a opressão com as quais foi forçado a se habituar. No elenco, outros nomes estrelados, como Tânia Alves, Stênio Garcia, Luis Mendonça, Elba Ramalho e Joffre Soares. Na trilha sonora, duas pérolas de Chico Buarque, “Mulher na Janela” e “Funeral de um Lavrador”, compostas em parceria com João Cabral e Airton Barbosa.
Após a exibição, Zelito Viana contou curiosidades: “Era um sonho fazer um filme sobre “Morte e Vida Severina”. A pedido de João Cabral, usei outro poema do pernambucano, “Rio”. Resolvi misturar documentário com drama, e acabei inventando o Docudrama (gênero que combina elementos de documentário e drama para recriar eventos reais, usando atores para encenar acontecimentos baseados em fatos). As condições políticas da época eram difíceis, auge da ditadura, governo Médici. Cheguei a ser preso, e quem me salvou foi o Chico Anísio (irmão de Zelito). Fomos convidados para vários festivais internacionais, mas o filme foi proibido de ser exportado. Alegavam ‘imagens desprimorosas do Brasil’, a seca, a pobreza do sertão, a fome. Foi, também, o primeiro trabalho de Elba Ramalho e o primeiro de Jose Dumont”.
Entre os presentes à sessão, estavam Vera de Paula, diretora da Mapa Filmes, Denise Miller, diretora da Link Digital, o professor Hernani Heffner, gerente da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e o diretor de fotografia Jacques Cheuiche,




