
A Danielian Rio inaugurou, no sábado, 13, a exposição “Guerrilhas Artísticas”, que revisita os últimos duzentos anos da produção artística brasileira. Depois de Modernidades Emancipadas (2022/23) e Abstrações Utópicas (2023/24), esta nova exposição se volta ao período das décadas de 1960, 1970 e o início dos anos 1980, marcadas pela repressão política, pela supressão de direitos e pela reorganização profunda do tecido social.
Com curadoria de Marcus Lontra e Rafael Peixoto, “Guerrilhas Artísticas” não busca classificar artistas em movimentos, mas revelar como a criação se tornou campo de embate em um momento histórico em que cada gesto estava atravessado pela vigilância e pelo medo. A exposição parte do Brasil urbano e modernizado do final dos anos 1950, que rapidamente mergulhou nas sombras do regime militar após 1964, e apresenta trabalhos que incorporam desde a crítica direta às engrenagens de poder até a invenção de linguagens que exploram o corpo, a ação e a desmaterialização.
O título da mostra ecoa o texto de Germano Celant, Appunti per una Guerriglia (1979), associado à arte povera italiana. A referência não estabelece parentesco formal, mas ativa um campo conceitual comum: práticas marginais ao sistema, ações que se infiltram pelas brechas, gestos que confrontam a ordem instituída e produzem zonas de resistência sensível. No Brasil, tais guerrilhas se davam tanto no enfrentamento simbólico quanto na invenção de modos de existir em meio à violência institucionalizada.
Confira como foi a inauguração nas fotos de Cristina Granato.



















