
Estreou Aquele Trem no âmbito da Mostra Anônimas no teatro Poeirinha.
O texto criado por Denise Dietrich nos apresenta memórias individuais e familiares, centradas na infância e adolescência, mistura realidade e ficção, encontra-se no limbo entre verdade e imaginário, mistura momentos de alegria com os de tristeza, autobiográfico, documental, poético, sensível, de fácil entendimento, e emocionante. Está estruturado em quatro capítulos: I- Aquele Trem; II- Rinha de Galo; III- Sacrifício; IV- Marlene Dietrich; e um Epílogo.
Denise Dietrich tem uma atuação emocionante e merecedora de elogios e aplausos. Ela atua de forma descontraída, leve e sensível. Ela é uma narradora de causos da sua infância e adolescência, quando vivia no interior de Minas Gerais. Inclusive o texto é recheado de termos regionais da cultura do interior de Minas. Ela nos apresenta os fatos típicos de uma menina, que brincou de amarelinha e pulou corda, como também momentos trágicos vivenciados pela mesma, que ela faz questão de não ocultá-los e tornar público. Ela realiza de forma apaixonante, vibrante e contagiante. Ela interpreta com qualidade, e emociona também. Domina o texto, passando com tranquilidade e serenidade. Como também o palco, se movimentando intensamente e preenchendo todos os espaços. Apresenta uma boa comunicação com o público. Portanto, uma atuação deferida e merecedora de felicitações.
A direção de Erica Montanheiro focou no texto, e deixou a atriz livre para realizar a sua brilhante atuação.
Os figurinos criados por Erica Montanheiro são simples, de bom gosto, facilitam a movimentação da atriz pelo palco, e imperam os tons branco, preto e rosa.
A cenografia criada por Kleber Montanheiro é simples e adequada. Ganham destaque dois quadros negros onde a atriz escreve com giz, bem como servem como espaço de projeções.
No quarto capítulo há uma interessante projeção da atriz como Marlene Dietrich.
A iluminação é boa e adequada.
A direção de movimento é de Bruna Longo, que imprimiu um conjuntos de movimentos realizados pela atriz, dando um dinamismo e intensidade ao espetáculo.
A trilha sonora criada por Erica Montanheiro é correta e agradável.
Excelente produção cênica!





