
Foto Beto Roma
A comédia “Os Figurantes…e depois?”, com direção de Wendell Bendelack e estreia marcada para dia 9 de janeiro, na Casa de Cultura Laura Alvim, com temporada de sexta a domingo. A peça fala dos dilemas e dos sonhos dos figurantes, aqueles que buscam um lugar ao sol e dão base para complemento de cenas na ficção. Idealizado e produzido por Carol Cezar, têm autoria de Wendell Bendelack (que também assina a direção) e Rafael Primot, autores premiados no teatro, colaboram ainda com o texto, os autores Andrea Batitucci e Cleomácio Inácio. Em cena, cinco atores carismáticos e conhecidos do grande público, Bia Guedes, Carol Cezar, Hugo Germano, Rodrigo Fagundes e Tati Infante dão voz e corpo a personagens que, pela primeira vez, saem das sombras. O espetáculo utiliza o formato de esquetes interligadas que, juntas, formam um mosaico afetivo e caótico da vida dos figurantes nos bastidores, costurado por um fio narrativo que confere à peça um ritmo ágil e um “deboche carinhoso”.
Quem nunca batalhou por uma fala?
O espetáculo transcende rapidamente o universo artístico. O público se reconhece porque a peça fala sobre trabalho, precariedade, sonhos e a luta diária por dignidade, o que é comum em todas as profissões que não estão sob os holofotes e os aplausos. A peça transforma a experiência do coadjuvante em uma pergunta universal: “Quantas vezes você já se sentiu figurante da sua própria vida? No trabalho, na família, numa relação amorosa, numa cidade que engole a gente? Os personagens são espelhos, querem ser vistos, valorizados — ou ao menos lembrados. Por isso o público se reconhece, porque todo mundo já batalhou por uma fala”, afirma Carol Cezar – atriz e idealizadora do projeto.
E conclui: “O que sempre nos interessou nesse texto foi usar o humor como lente — não para debochar, mas para ampliar aquilo que é humano. Quando digo que escancaramos o ego, o improviso e a vulnerabilidade, não é para ridicularizar ninguém, é para mostrar que todos nós, de algum jeito, estamos tentando ser vistos, reconhecidos, lembrados. E isso é profundamente humano”.



