
O samurai foi uma peça-chave para o Japão feudal. Os guerreiros valorizavam a honra e sua imagem pública. Tais valores eram mais importantes do que a própria vida. O cineasta Akira Kurosawa (1910-1998) usou dessa figura mítica para criar uma fábula. Numa época em que os samurais estavam obsoletos, uma região é saqueada e sua população recorre a um mestre, que recruta seis outros guerreiros para ensinar-lhes técnicas de autodefesa. “Os sete samurais” (1954) rendeu ao diretor prêmios como o Leão de Prata no Festival de Veneza. No Brasil de hoje, ter uma função e perdê-la têm sido constante na cabeça da coreógrafa Laura Samy. A diretora inspirou-se no filme para elaborar seu novo espetáculo, “Sete samurais”, cuja premissa parte da função social do artista para tratar de temas como intolerância, violência, além de resgatar referências como a disciplina – fundamental para a dança. Laura divide a criação e a cena com o bailarino, ator e diretor Renato Linhares e com os bailarinos Raphael Duarte e Werik Marone – estes egressos de manifestações urbanas da dança. Somam-se a eles o compositor Sasha Amback, autor da trilha, Tainã Miranda (iluminação) e Paula Ströher (figurinos). E o resultado é pungente e pode ser conferido no Mezanino do Sesc Copacabana de hoje até o dia 18. De quinta a domingo, às 20h30.