
Arqueólogos e pesquisadores se encontraram na semana passada para acertar detalhes sobre as pesquisas em torno dos possíveis destroços do navio Brigue Camargo, encontrados no mar de Bracuí, em Angra dos Reis. Pesquisas podem desvendar uma parte da história sobre a escravidão no Brasil e a ligação com a cidade da costa verde. O encontro “Roda de Conversa no Quilombo”, foi realizado no salão da igreja de Santa Rita, naquela região.
Notícias apontam que o navio norte-americano naufragou com 500 escravos a bordo, no século XIX. As buscas avançaram na última semana com a aparição de possíveis destroços da embarcação.
“Estamos na fase de processamento de dados. Temos que pegar cada um deles e analisar. E também avançar nas escavações. Cada embarcação tem a sua assinatura e precisamos fazer essa identificação”, disse o presidente do Instituto AfrOrigens, Luis Felipe Freire Dantas Santos.
O navio foi roubado nos Estados Unidos, em 1851, pelo capitão Nathaniel Gordon, que navegou até Moçambique, de onde trouxe cerca de 500 africanos escravizados para o porto clandestino do Bracuí, em Angra dos Reis, em 1852. Ao chegar por aqui e ser perseguido, o capitão afundou a embarcação para não deixar vestígios. Nessa ocasião, a Lei Eusébio de Queirós já havia sido aprovada no Brasil e determinava o fim do tráfico, proibindo a circulação de navios negreiros.