Ecos da Geração 80

Com a mostra “Leonilson e a Geração 80”, a Pinakotheke do Rio de Janeiro, relembra a explosão artística que alterou os padrões estéticos de uma época. Ao mesmo tempo que homenageia o grande artista falecido há 30 anos, antecipa a comemoração dos 40 anos da histórica mostra “Como Vai Você, Geração 80?”, em 1984, na EAV Parque Lage.

A curadoria primorosa é de Max Perlingeiro, que selecionou 35 obras emblemáticas, 16 de Leonilson e 19 de outros artistas que participaram do evento e se tornaram referências importantes, como Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini entre outros.

“Uma das grandes revelações foi Leonilson. O artista explorava a figuração, os desenhos e as pinturas na primeira fase de sua obra. O humor, a crítica social e as suas narrativas do cotidiano são marcas de seu trabalho”, afirma Max Perlingeiro.

Para Marcus Lontra Costa, consultor da exposição, “Leonilson foi, e ainda é, a principal referência de uma geração que, saída dos anos de chumbo da ditadura, buscava recuperar a alegria, a coragem, e a ousadia de pintar o que se via, e o Brasil que se sonhava. A exposição que ele fez na galeria Thomas Cohn, em 1983, em São Paulo, foi o cartão de visitas que determinou os postulados desta geração”.

Com uma obra que pode ser considerada autobiográfica, este pintor, desenhista e escultor nasceu em Fortaleza, em 1957, e faleceu em 1993, aos 36 anos, em São Paulo, onde viveu desde a infância. Os anos de 1989 a 1993 foram de intensa produtividade, quando ele fez bordados considerados pela crítica especializada e pelos historiadores de arte como suas obras-primas. Em 1991, descobriu ser soropositivo. Sua memória é preservada pela Sociedade dos Amigos do Projeto Leonilson, fundada em 1995, centro de referência da sua vida e obra.

Antes de chegar ao Rio, a exposição “Leonilson e a Geração 80” foi realizada, entre abril e junho deste ano, na Multiarte, sede da Pinakotheke em Fortaleza, também em comemoração aos seus 35 anos de atividade.

Na mostra carioca foram acrescentadas duas obras que estiveram no Parque Lage: “Sonho de Valsa” (1984), de Chico Cunha, e “Metástase” (1981), de Jorge Guinle. Um novo trabalho de Daniel Senise, “Levitation” (2001) faz parte do revival. E conta também com mais três obras de Leonilson: “Dois jovens com a cabeça fora da terra” (1986), “O que eles gostam” (1988), e “Macaco” (circa 1989), bordado e assemblage sobre lona.

O catálogo “Leonilson e a Geração 80” (Edições Pinakotheke), com 72 páginas, traz imagens das obras e textos de Max Perlingeiro, Marcus Lontra Costa, Sandra Mager, Paulo Roberto Leal e Frederico Morais.

O panorama cultural carioca se enriquece com mais esta realização!

“Leonilson e a Geração 80”

Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro

De 31 de julho a 23 de setembro de 2023

Rua São Clemente 300, Botafogo

De segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h

Entrada gratuita